Neve de primavera
Neve de primavera é o primeiro volume da tetralogia Mar da fertilidade, do japonês Yukio Mishima. O romance se passa nos momentos finais da era Meiji e iniciais da era Taisho, no começo do século XX, e acompanha Kiyoaki Matsugae, um jovem aristocrata em transição dos anos escolares à vida universitária.
O rapaz se relaciona com a família, dando ensejo para discutir tradição, nobreza e decadência; com colegas estrangeiros, o que permite problematizar a ocidentalização do país, um dos temas mais recorrentes na ficção japonesa moderna; com o criado Iinuma, a partir do qual se apresentam questões de classe; e ainda com o amigo Shigekuni Honda e a namorada Satoko Ayakura, relações estas que possibilitam debater amor, paixão, sexualidade, budismo e uma geração que já não recorda a Guerra Russo-Japonesa, encerrada poucos anos antes da narrativa, com triunfo do poder imperialista do Japão, tão caro a Mishima.
Assim como em outros livros, e neste mais do que em muitos, o autor ostenta exuberância na linguagem, sobretudo ao compor descrições de vestuário e do corpo humano. Faz uso atinado de uma série de metáforas e comparações para dar à história camadas a mais de significado e beleza, como quando, por exemplo, compara Kiyoaki com “sua maneira de viver dedicada apenas às emoções” a “uma bandeira que tremula ao vento”.
O próprio título Neve de primavera, que insere um resquício de inverno na estação seguinte, indica que eras, estações, pessoas e gerações morrem, é verdade, mas passam adiante traços que de certo modo as mantêm vivas.
O rapaz se relaciona com a família, dando ensejo para discutir tradição, nobreza e decadência; com colegas estrangeiros, o que permite problematizar a ocidentalização do país, um dos temas mais recorrentes na ficção japonesa moderna; com o criado Iinuma, a partir do qual se apresentam questões de classe; e ainda com o amigo Shigekuni Honda e a namorada Satoko Ayakura, relações estas que possibilitam debater amor, paixão, sexualidade, budismo e uma geração que já não recorda a Guerra Russo-Japonesa, encerrada poucos anos antes da narrativa, com triunfo do poder imperialista do Japão, tão caro a Mishima.
Assim como em outros livros, e neste mais do que em muitos, o autor ostenta exuberância na linguagem, sobretudo ao compor descrições de vestuário e do corpo humano. Faz uso atinado de uma série de metáforas e comparações para dar à história camadas a mais de significado e beleza, como quando, por exemplo, compara Kiyoaki com “sua maneira de viver dedicada apenas às emoções” a “uma bandeira que tremula ao vento”.
O próprio título Neve de primavera, que insere um resquício de inverno na estação seguinte, indica que eras, estações, pessoas e gerações morrem, é verdade, mas passam adiante traços que de certo modo as mantêm vivas.