Essa Sutura não se consegue suturar. Tal como está no Aurélio: “Operação que consiste em coser os lábios de uma ferida para juntá-los”. Pois eu aqui tento suturar não lábios, mas uma orelha. Dela ouço tantos poemas como se vindos de uma boca insuturável. E a minha meta é suturar neste livro uma orelha, suturar o insuturável, por assim dizer. Escuto aqui o que diz um poema “trancafiados neste baú assombrado/esperando a luz de emergência/que os faça amanhecer!”. Já é dia e vejo-os aqui sob a luz solar que é o livro, que não vive sem luz e ilumina a noite. Escuto poemas que se escondem sob uma pouca sombra, outros se estendem ao sol. Digamos que há uma linha entre luz e sol a percorrer, poemas da intimidade e do distanciamento. Em Milton certo humor doce/amargo tinge as observações do dia a dia, as reflexões filosóficas, os pensamentos e atribulações sobre a vida que a poesia acompanha passo a passo e não desgruda. Há perguntas que nem sempre encontram respostas; ficam no ar, a flutuar como um balão irrequieto, soltos, para lá e para cá; como a vida. O termo indagativo, perscrutador, refaz na escrita as linhas que se entrelaçam em seus conhecidos desenhos. Observações ora revestidas de uma erudição, junto a estalos do coloquial, dão o tom levemente distanciado do observador atento. Volta e meia, 540º, o poema desliza para uma pequena prosa sem perder a linha. Linhas de que Milton é mestre. E quem procurar nessas linhas as linhas dos seus desenhos, vai encontrar o entrelaçamento que desenha assuntos e imagens que se encontram e se desencontram sem parar. Este vernissage poético ou estreia literária, não é complemento da obra plástica, substituto ou digressão. É como abrir o “baú assombrado” que todos temos. [Paulo Venancio Filho]
Características | |
Autor | Milton Machado |
Biografia | Essa Sutura não se consegue suturar. Tal como está no Aurélio: “Operação que consiste em coser os lábios de uma ferida para juntá-los”. Pois eu aqui tento suturar não lábios, mas uma orelha. Dela ouço tantos poemas como se vindos de uma boca insuturável. E a minha meta é suturar neste livro uma orelha, suturar o insuturável, por assim dizer. Escuto aqui o que diz um poema “trancafiados neste baú assombrado/esperando a luz de emergência/que os faça amanhecer!”. Já é dia e vejo-os aqui sob a luz solar que é o livro, que não vive sem luz e ilumina a noite. Escuto poemas que se escondem sob uma pouca sombra, outros se estendem ao sol. Digamos que há uma linha entre luz e sol a percorrer, poemas da intimidade e do distanciamento. Em Milton certo humor doce/amargo tinge as observações do dia a dia, as reflexões filosóficas, os pensamentos e atribulações sobre a vida que a poesia acompanha passo a passo e não desgruda. Há perguntas que nem sempre encontram respostas; ficam no ar, a flutuar como um balão irrequieto, soltos, para lá e para cá; como a vida. O termo indagativo, perscrutador, refaz na escrita as linhas que se entrelaçam em seus conhecidos desenhos. Observações ora revestidas de uma erudição, junto a estalos do coloquial, dão o tom levemente distanciado do observador atento. Volta e meia, 540º, o poema desliza para uma pequena prosa sem perder a linha. Linhas de que Milton é mestre. E quem procurar nessas linhas as linhas dos seus desenhos, vai encontrar o entrelaçamento que desenha assuntos e imagens que se encontram e se desencontram sem parar. Este vernissage poético ou estreia literária, não é complemento da obra plástica, substituto ou digressão. É como abrir o “baú assombrado” que todos temos. [Paulo Venancio Filho] |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | 7 LETRAS |
ISBN | 9786559055913 |
Largura | 16 |
Páginas | 168 |