Jonas Rezende foi o mestre que nos apontou os caminhos da alfabetização. O espírito herético, que emprestou vida aos olhos azuis do diabo louro, nos ensinou que o cristianismo pode se tornar uma potência traditiva criadora. A poesia religiosa do mestre, atenta aos acenos nietzschianos, esculpiu um Jesus "mais interessante" e nos ensinou a criar deuses mais bonitos. A aristocracia espiritual do Jonas Rezende, mestre e pastor, nos apontou caminhos alternativos à balbúrdia vulgar das ortodoxias católicas e protestantes e, ao mesmo tempo, nos resgatou da indiferença superficialista de um analfabetismo religioso. As cartografias do meu querido Alexandre Marques Cabral, o seu luto ressignificado, percorrem os caminhos eucarísticos pelos quais o corpo do Jonas foi devorado. Uma experiência dietética e antropofágica que nasceu do chão dos afetos do cristianismo. Uma experiência de enraizamento.
(fragmentos do texto da orelha por Jimmy Sudário Professor no Departamento e no Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião da UFJF)