Revoltas no Mundo Atlântico: identidades, conflitos e protestos séculos XVII a XIX
Revoltas no Mundo Atlântico: identidades, conflitos e protestos séculos XVII a XIX
- EditoraCONTRA CAPA
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R$ 60,00
Da baía de Cabinda aos Açores, passando pela baía de Chesapeake, a Nova Inglaterra, o Caribe e chegando ao Brasil, este livro apresenta ao leitor uma mutiplicidade de sujeitos – potentados e reis africanos, plantadores de tabaco, senhores de engenho, tropas, homens e mulheres livres pobres, forros, escravizados e indígenas – que, nos séculos XVII a XIX, lograram ou tentaram fazer valer seus direitos e expectativas.
Luciano Figueiredo aborda, em perspectiva comparada, as recorrentes expulsões de governadores ocorridas em meados do Seiscentos na América portuguesa, na América inglesa continental e nas Índias Ocidentais, numa época de novas práticas políticas, marcadas por noções de autonomia e um forte senso de compromisso com a monarquia. Ariane Carvalho e Roberto Guedes, por sua vez, recuperam, com pormenores impressionantes, a atuação do potentado Mambuco e dos reis Mamangoy e Angoy ante as invectivas portuguesas voltadas para controlar a compra e venda de cativos na baía de Cabinda, cujo desfecho foram a "grande derrota" lusa de finais de século XVIII e a continuidade das práticas centro-africanas no trato. Motins e protestos populares nos Açores são tratados por José Damião Rodrigues, cujo enfoque, visando compreender tais mobilizações, atenta para a complexa relação, no Seiscentos e no Setecentos, entre os interesses distantes da coroa, o papel dos principais das localidades e os valores partilhados pelas populações em sociedades tradicionais, bem como recupera a centralidade das mulheres em tais conjunturas.
Já Lucia M. Bastos P. Neves analisa a participação do "povo miúdo" no processo de constitucionalização e de separação do Brasil de Portugal a partir seja do impacto da circulação de novas ideias em periódicos, panfletos políticos, anedotas, páginas de pequenas histórias, folhas volantes e papelinhos, seja da transferência da política dos círculos palacianos para a rua. E Hendrik Kraay, contrapondo-se a uma historiografia que não incorpora as mobilizações populares nas narrativas sobre a Independência do Brasil, recupera a atuação de escravizados, de indígenas e das "classes de cor" nesse processo, por meio de sua participação nas tropas, das implicações de um constitucionalismo escravo, dos significados do monarquismo indígena, da radicalização da gente de cor e dos impactos do antilusitanismo.
Enfim, como destaca Miguel Dantas da Cruz em seu prefácio, trata-se de obra que não só traz uma "visão abrangente e aprofundada do conflito político e social no Atlântico português", como o faz à luz das experiências de uma multiplicidade de atores, em "proveito de toda a academia e do público interessado pelo tema".
Luciano Figueiredo aborda, em perspectiva comparada, as recorrentes expulsões de governadores ocorridas em meados do Seiscentos na América portuguesa, na América inglesa continental e nas Índias Ocidentais, numa época de novas práticas políticas, marcadas por noções de autonomia e um forte senso de compromisso com a monarquia. Ariane Carvalho e Roberto Guedes, por sua vez, recuperam, com pormenores impressionantes, a atuação do potentado Mambuco e dos reis Mamangoy e Angoy ante as invectivas portuguesas voltadas para controlar a compra e venda de cativos na baía de Cabinda, cujo desfecho foram a "grande derrota" lusa de finais de século XVIII e a continuidade das práticas centro-africanas no trato. Motins e protestos populares nos Açores são tratados por José Damião Rodrigues, cujo enfoque, visando compreender tais mobilizações, atenta para a complexa relação, no Seiscentos e no Setecentos, entre os interesses distantes da coroa, o papel dos principais das localidades e os valores partilhados pelas populações em sociedades tradicionais, bem como recupera a centralidade das mulheres em tais conjunturas.
Já Lucia M. Bastos P. Neves analisa a participação do "povo miúdo" no processo de constitucionalização e de separação do Brasil de Portugal a partir seja do impacto da circulação de novas ideias em periódicos, panfletos políticos, anedotas, páginas de pequenas histórias, folhas volantes e papelinhos, seja da transferência da política dos círculos palacianos para a rua. E Hendrik Kraay, contrapondo-se a uma historiografia que não incorpora as mobilizações populares nas narrativas sobre a Independência do Brasil, recupera a atuação de escravizados, de indígenas e das "classes de cor" nesse processo, por meio de sua participação nas tropas, das implicações de um constitucionalismo escravo, dos significados do monarquismo indígena, da radicalização da gente de cor e dos impactos do antilusitanismo.
Enfim, como destaca Miguel Dantas da Cruz em seu prefácio, trata-se de obra que não só traz uma "visão abrangente e aprofundada do conflito político e social no Atlântico português", como o faz à luz das experiências de uma multiplicidade de atores, em "proveito de toda a academia e do público interessado pelo tema".
Características | |
Autor | Lucia M. Bastos P. Neves e outros (orgs.) |
Biografia | Da baía de Cabinda aos Açores, passando pela baía de Chesapeake, a Nova Inglaterra, o Caribe e chegando ao Brasil, este livro apresenta ao leitor uma mutiplicidade de sujeitos – potentados e reis africanos, plantadores de tabaco, senhores de engenho, tropas, homens e mulheres livres pobres, forros, escravizados e indígenas – que, nos séculos XVII a XIX, lograram ou tentaram fazer valer seus direitos e expectativas. Luciano Figueiredo aborda, em perspectiva comparada, as recorrentes expulsões de governadores ocorridas em meados do Seiscentos na América portuguesa, na América inglesa continental e nas Índias Ocidentais, numa época de novas práticas políticas, marcadas por noções de autonomia e um forte senso de compromisso com a monarquia. Ariane Carvalho e Roberto Guedes, por sua vez, recuperam, com pormenores impressionantes, a atuação do potentado Mambuco e dos reis Mamangoy e Angoy ante as invectivas portuguesas voltadas para controlar a compra e venda de cativos na baía de Cabinda, cujo desfecho foram a "grande derrota" lusa de finais de século XVIII e a continuidade das práticas centro-africanas no trato. Motins e protestos populares nos Açores são tratados por José Damião Rodrigues, cujo enfoque, visando compreender tais mobilizações, atenta para a complexa relação, no Seiscentos e no Setecentos, entre os interesses distantes da coroa, o papel dos principais das localidades e os valores partilhados pelas populações em sociedades tradicionais, bem como recupera a centralidade das mulheres em tais conjunturas. Já Lucia M. Bastos P. Neves analisa a participação do "povo miúdo" no processo de constitucionalização e de separação do Brasil de Portugal a partir seja do impacto da circulação de novas ideias em periódicos, panfletos políticos, anedotas, páginas de pequenas histórias, folhas volantes e papelinhos, seja da transferência da política dos círculos palacianos para a rua. E Hendrik Kraay, contrapondo-se a uma historiografia que não incorpora as mobilizações populares nas narrativas sobre a Independência do Brasil, recupera a atuação de escravizados, de indígenas e das "classes de cor" nesse processo, por meio de sua participação nas tropas, das implicações de um constitucionalismo escravo, dos significados do monarquismo indígena, da radicalização da gente de cor e dos impactos do antilusitanismo. Enfim, como destaca Miguel Dantas da Cruz em seu prefácio, trata-se de obra que não só traz uma "visão abrangente e aprofundada do conflito político e social no Atlântico português", como o faz à luz das experiências de uma multiplicidade de atores, em "proveito de toda a academia e do público interessado pelo tema". |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | CONTRA CAPA |
ISBN | 9786589014096 |
Largura | 16 |
Páginas | 176 |