Mestiça cientificidade: três leitores franceses de Gilberto Freyre e a sua máxima consagração no exterior
Mestiça cientificidade: três leitores franceses de Gilberto Freyre e a sua máxima consagração no exterior
- EditoraEDITORA DA UFF
- Modelo: 0710396
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R$ 26,40
R$ 33,00
Maîtres et esclaves, tradução de Casa-grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal (1933), de Gilberto de Mello Freyre (1900-1987), foi publicado em Paris, França, pela editora Gallimard, no ano de 1952. Livro com quase duas décadas de existência, que saía na coleção La Croix du Sud, organizada por Roger Caillois. Em novo idioma, teve calorosa recepção, aqui considerada como o ápice de sua credibilidade internacional. À época, a obra se encontrava em sua sétima edição em língua portuguesa.
O grande sucesso da versão francesa deveu-se, em boa medida, pela conjuntura de sua publicação, no exato momento do pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945), período marcado pelas circunstâncias que aprofundaram o processo de destruição da Europa como modelo civilizacional, que vinha em curso desde a Primeira Guerra (1914-1918).
Giselle Venancio e a André Furtado contam a história da recepção de Gilberto Freyre na França. Ao elegerem três nomes do universo acadêmico francês – Fernand Braudel, Roger Bastide e Lucien Febvre – delimitam bem o campo de atuação de cada um, sem menosprezar a retaguarda editorial de Roger Caillois. Situam a emergência francesa de Gilberto Freyre dentro de um contexto maior, que era o da busca de saídas para os conflitos raciais de uma Europa que quase foi a pique entre 1939 e 1945.
Os autores destacam que para Gilberto Freyre “Casa-grande & Senzala era um ensaio que resultava, ao mesmo tempo, de uma reflexão subjetiva e intuitiva, porém também crítica e erudita. Segundo ele, o cientista social por excelência era, exatamente, o ensaísta. Contra o purismo científico e a ortodoxia sociológica que pareciam fazer vista grossa para o caráter complementar das contribuições de vários ensaístas – fossem eles escritores de romances, críticos, filósofos ou historiadores –, o autor de Maîtres et esclaves propunha, de certa maneira, o que se pode considerar uma mestiça cientificidade, ainda que não nomeada desta forma."
Assim, neste livro - que conta com prefácio de Antonio Dimas, no qual fala não só sobre a repercussão francesa, mas também o fascínio exercido por aquele país - pretende-se analisar justamente essa proposta de Ciência sugerida por Freyre, apresentando-a especialmente a estudantes de graduação em História, embora também destinado a especialistas na matéria, de todas as áreas das Humanidades e/ou a interessados em debates sobre a circulação de ideias e suas fortunas críticas e estudiosos em geral.
Amplamente analisada, poucos trabalhos no entanto colocaram a obra de Freyre sob um viés que investiga o autor pernambucano no interior de processos vinculados à circulação de bens culturais em perspectiva transnacional como se pretende fazer em Mestiça cientificidade, com ênfase sobre o peso que agentes e instituições representam neste jogo social, bem como sob a ótica de importantes leitores.
O grande sucesso da versão francesa deveu-se, em boa medida, pela conjuntura de sua publicação, no exato momento do pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945), período marcado pelas circunstâncias que aprofundaram o processo de destruição da Europa como modelo civilizacional, que vinha em curso desde a Primeira Guerra (1914-1918).
Giselle Venancio e a André Furtado contam a história da recepção de Gilberto Freyre na França. Ao elegerem três nomes do universo acadêmico francês – Fernand Braudel, Roger Bastide e Lucien Febvre – delimitam bem o campo de atuação de cada um, sem menosprezar a retaguarda editorial de Roger Caillois. Situam a emergência francesa de Gilberto Freyre dentro de um contexto maior, que era o da busca de saídas para os conflitos raciais de uma Europa que quase foi a pique entre 1939 e 1945.
Os autores destacam que para Gilberto Freyre “Casa-grande & Senzala era um ensaio que resultava, ao mesmo tempo, de uma reflexão subjetiva e intuitiva, porém também crítica e erudita. Segundo ele, o cientista social por excelência era, exatamente, o ensaísta. Contra o purismo científico e a ortodoxia sociológica que pareciam fazer vista grossa para o caráter complementar das contribuições de vários ensaístas – fossem eles escritores de romances, críticos, filósofos ou historiadores –, o autor de Maîtres et esclaves propunha, de certa maneira, o que se pode considerar uma mestiça cientificidade, ainda que não nomeada desta forma."
Assim, neste livro - que conta com prefácio de Antonio Dimas, no qual fala não só sobre a repercussão francesa, mas também o fascínio exercido por aquele país - pretende-se analisar justamente essa proposta de Ciência sugerida por Freyre, apresentando-a especialmente a estudantes de graduação em História, embora também destinado a especialistas na matéria, de todas as áreas das Humanidades e/ou a interessados em debates sobre a circulação de ideias e suas fortunas críticas e estudiosos em geral.
Amplamente analisada, poucos trabalhos no entanto colocaram a obra de Freyre sob um viés que investiga o autor pernambucano no interior de processos vinculados à circulação de bens culturais em perspectiva transnacional como se pretende fazer em Mestiça cientificidade, com ênfase sobre o peso que agentes e instituições representam neste jogo social, bem como sob a ótica de importantes leitores.
Características | |
Autor | Giselle Martins Venancio, André Furtado |
Biografia | Maîtres et esclaves, tradução de Casa-grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal (1933), de Gilberto de Mello Freyre (1900-1987), foi publicado em Paris, França, pela editora Gallimard, no ano de 1952. Livro com quase duas décadas de existência, que saía na coleção La Croix du Sud, organizada por Roger Caillois. Em novo idioma, teve calorosa recepção, aqui considerada como o ápice de sua credibilidade internacional. À época, a obra se encontrava em sua sétima edição em língua portuguesa. O grande sucesso da versão francesa deveu-se, em boa medida, pela conjuntura de sua publicação, no exato momento do pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945), período marcado pelas circunstâncias que aprofundaram o processo de destruição da Europa como modelo civilizacional, que vinha em curso desde a Primeira Guerra (1914-1918). Giselle Venancio e a André Furtado contam a história da recepção de Gilberto Freyre na França. Ao elegerem três nomes do universo acadêmico francês – Fernand Braudel, Roger Bastide e Lucien Febvre – delimitam bem o campo de atuação de cada um, sem menosprezar a retaguarda editorial de Roger Caillois. Situam a emergência francesa de Gilberto Freyre dentro de um contexto maior, que era o da busca de saídas para os conflitos raciais de uma Europa que quase foi a pique entre 1939 e 1945. Os autores destacam que para Gilberto Freyre “Casa-grande & Senzala era um ensaio que resultava, ao mesmo tempo, de uma reflexão subjetiva e intuitiva, porém também crítica e erudita. Segundo ele, o cientista social por excelência era, exatamente, o ensaísta. Contra o purismo científico e a ortodoxia sociológica que pareciam fazer vista grossa para o caráter complementar das contribuições de vários ensaístas – fossem eles escritores de romances, críticos, filósofos ou historiadores –, o autor de Maîtres et esclaves propunha, de certa maneira, o que se pode considerar uma mestiça cientificidade, ainda que não nomeada desta forma." Assim, neste livro - que conta com prefácio de Antonio Dimas, no qual fala não só sobre a repercussão francesa, mas também o fascínio exercido por aquele país - pretende-se analisar justamente essa proposta de Ciência sugerida por Freyre, apresentando-a especialmente a estudantes de graduação em História, embora também destinado a especialistas na matéria, de todas as áreas das Humanidades e/ou a interessados em debates sobre a circulação de ideias e suas fortunas críticas e estudiosos em geral. Amplamente analisada, poucos trabalhos no entanto colocaram a obra de Freyre sob um viés que investiga o autor pernambucano no interior de processos vinculados à circulação de bens culturais em perspectiva transnacional como se pretende fazer em Mestiça cientificidade, com ênfase sobre o peso que agentes e instituições representam neste jogo social, bem como sob a ótica de importantes leitores. |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | EDITORA DA UFF |
ISBN | 9786558310396 |
Largura | 16 |
Páginas | 136 |