Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos
Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos
- EditoraEDITORA CONTRAPONTO
- Modelo: CO10839
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R$ 89,60
R$ 112,00
Faleceu em fevereiro de 2006, aos 82 anos de idade, Reinhart Koselleck, um dos mais eruditos historiadores contemporâneos, principal construtor da história dos conceitos [Begriffsgeschichte]. A Contraponto já havia editado "Crítica e crise", sua tese de doutoramento. Agora, junto com a Editora da PUC-RJ, apresenta a primeira edição em língua portuguesa dessa coletânea de obras-primas que formam, em conjunto, uma notável reflexão sobre o tempo histórico. Koselleck rastreia principalmente o surgimento do conceito moderno de história, para ele a mais importante inovação conceitual da modernidade.
Até meados do século XVIII, o termo história (em alemão, Historie) era sempre usado no plural para designar narrativas particulares, descosidas entre si: a história da Guerra do Peloponeso, a história de Florença, a história da Igreja. A função dessas narrativas era prover exemplos de vida a serem seguidos pelos contemporâneos. O Iluminismo altera essa relação do homem com o tempo. No lugar da Historie, entra a Geschichte, termo da língua alemã que designa uma sequência unificada de eventos que, vistos como um todo, constituem a marcha da humanidade.
Toda a humanidade inclui-se agora em um único processo temporal, que contém em si a sua própria narrativa. Assim, a história torna-se o seu próprio objeto. Abre-se o caminho para a criação da filosofia da história, que pretende apreender o passado, o presente e o futuro como uma totalidade dotada de sentido. É da construção de um futuro planejado que agora se trata. Nas sociedades modernas do Ocidente, o espaço de experiências do passado e o horizonte de expectativas de futuro se dissociam, e o conceito de progresso faz sua entrada triunfal na cultura dominante.
Como diz Marcelo Jasmin na apresentação desta edição: "Se as histórias (no plural) guardavam a sabedoria acumulada pelos exemplos do passado para servir de guia à conduta presente, evitando a repetição dos erros e estimulando a reprodução do sucesso, a História (como um singular coletivo) tornou-se uma dimensão inescapável do próprio devir, obrigando toda ação social a assumir horizontes de expectativa futura (...). Não se trata tão-somente de uma alteração nos significados tradicionais, mas de uma verdadeira revolução nas maneiras de se conceber a vida em geral, de imaginar o que nela é possível ou não, assim como o que dela se deve esperar. É este um dos sentidos em que a história conceitual de Reinhart Koselleck vai além da pesquisa etimológica ou filológica do conceito. Ela é uma pesquisa da consciência humana no seu enfrentamento com as condições de possibilidade da existência, daquilo que se é e daquilo que se pode vir a ser." É da gênese e dos limites da modernidade que estamos tratando neste livro fundamental.
Renhart Koselleck nasceu em Gorlitz, Alemanha, em 23 de abril de 1923. Terminou seu doutoramento em 1954, apresentando a tese "Crítica e crise", lançada no Brasil pela Contraponto. Sua obra dedicou-se, antes de tudo, a investigar a teoria da história e os principais aspectos da história moderna e contemporânea. Foi professor nas universidades de Bochum, Heidelberg e Bielefeld. Foi coautor do monumental Geschichtliche Grundbegriffe. Historisches Lexikon der politisch-sozialen Sprache in Deutschland, um dicionário histórico dos conceitos político-sociais fundamentais da língua alemã, em nove volumes, publicados entre 1972 e 1997, que teve como principal objetivo conhecer a dissolução do mundo antigo e o surgimento do moderno por meio de sua apreensão conceitual.
Até meados do século XVIII, o termo história (em alemão, Historie) era sempre usado no plural para designar narrativas particulares, descosidas entre si: a história da Guerra do Peloponeso, a história de Florença, a história da Igreja. A função dessas narrativas era prover exemplos de vida a serem seguidos pelos contemporâneos. O Iluminismo altera essa relação do homem com o tempo. No lugar da Historie, entra a Geschichte, termo da língua alemã que designa uma sequência unificada de eventos que, vistos como um todo, constituem a marcha da humanidade.
Toda a humanidade inclui-se agora em um único processo temporal, que contém em si a sua própria narrativa. Assim, a história torna-se o seu próprio objeto. Abre-se o caminho para a criação da filosofia da história, que pretende apreender o passado, o presente e o futuro como uma totalidade dotada de sentido. É da construção de um futuro planejado que agora se trata. Nas sociedades modernas do Ocidente, o espaço de experiências do passado e o horizonte de expectativas de futuro se dissociam, e o conceito de progresso faz sua entrada triunfal na cultura dominante.
Como diz Marcelo Jasmin na apresentação desta edição: "Se as histórias (no plural) guardavam a sabedoria acumulada pelos exemplos do passado para servir de guia à conduta presente, evitando a repetição dos erros e estimulando a reprodução do sucesso, a História (como um singular coletivo) tornou-se uma dimensão inescapável do próprio devir, obrigando toda ação social a assumir horizontes de expectativa futura (...). Não se trata tão-somente de uma alteração nos significados tradicionais, mas de uma verdadeira revolução nas maneiras de se conceber a vida em geral, de imaginar o que nela é possível ou não, assim como o que dela se deve esperar. É este um dos sentidos em que a história conceitual de Reinhart Koselleck vai além da pesquisa etimológica ou filológica do conceito. Ela é uma pesquisa da consciência humana no seu enfrentamento com as condições de possibilidade da existência, daquilo que se é e daquilo que se pode vir a ser." É da gênese e dos limites da modernidade que estamos tratando neste livro fundamental.
Renhart Koselleck nasceu em Gorlitz, Alemanha, em 23 de abril de 1923. Terminou seu doutoramento em 1954, apresentando a tese "Crítica e crise", lançada no Brasil pela Contraponto. Sua obra dedicou-se, antes de tudo, a investigar a teoria da história e os principais aspectos da história moderna e contemporânea. Foi professor nas universidades de Bochum, Heidelberg e Bielefeld. Foi coautor do monumental Geschichtliche Grundbegriffe. Historisches Lexikon der politisch-sozialen Sprache in Deutschland, um dicionário histórico dos conceitos político-sociais fundamentais da língua alemã, em nove volumes, publicados entre 1972 e 1997, que teve como principal objetivo conhecer a dissolução do mundo antigo e o surgimento do moderno por meio de sua apreensão conceitual.
Características | |
Autor | REINHART KOSELLECK |
Biografia | Faleceu em fevereiro de 2006, aos 82 anos de idade, Reinhart Koselleck, um dos mais eruditos historiadores contemporâneos, principal construtor da história dos conceitos [Begriffsgeschichte]. A Contraponto já havia editado "Crítica e crise", sua tese de doutoramento. Agora, junto com a Editora da PUC-RJ, apresenta a primeira edição em língua portuguesa dessa coletânea de obras-primas que formam, em conjunto, uma notável reflexão sobre o tempo histórico. Koselleck rastreia principalmente o surgimento do conceito moderno de história, para ele a mais importante inovação conceitual da modernidade. Até meados do século XVIII, o termo história (em alemão, Historie) era sempre usado no plural para designar narrativas particulares, descosidas entre si: a história da Guerra do Peloponeso, a história de Florença, a história da Igreja. A função dessas narrativas era prover exemplos de vida a serem seguidos pelos contemporâneos. O Iluminismo altera essa relação do homem com o tempo. No lugar da Historie, entra a Geschichte, termo da língua alemã que designa uma sequência unificada de eventos que, vistos como um todo, constituem a marcha da humanidade. Toda a humanidade inclui-se agora em um único processo temporal, que contém em si a sua própria narrativa. Assim, a história torna-se o seu próprio objeto. Abre-se o caminho para a criação da filosofia da história, que pretende apreender o passado, o presente e o futuro como uma totalidade dotada de sentido. É da construção de um futuro planejado que agora se trata. Nas sociedades modernas do Ocidente, o espaço de experiências do passado e o horizonte de expectativas de futuro se dissociam, e o conceito de progresso faz sua entrada triunfal na cultura dominante. Como diz Marcelo Jasmin na apresentação desta edição: "Se as histórias (no plural) guardavam a sabedoria acumulada pelos exemplos do passado para servir de guia à conduta presente, evitando a repetição dos erros e estimulando a reprodução do sucesso, a História (como um singular coletivo) tornou-se uma dimensão inescapável do próprio devir, obrigando toda ação social a assumir horizontes de expectativa futura (...). Não se trata tão-somente de uma alteração nos significados tradicionais, mas de uma verdadeira revolução nas maneiras de se conceber a vida em geral, de imaginar o que nela é possível ou não, assim como o que dela se deve esperar. É este um dos sentidos em que a história conceitual de Reinhart Koselleck vai além da pesquisa etimológica ou filológica do conceito. Ela é uma pesquisa da consciência humana no seu enfrentamento com as condições de possibilidade da existência, daquilo que se é e daquilo que se pode vir a ser." É da gênese e dos limites da modernidade que estamos tratando neste livro fundamental. Renhart Koselleck nasceu em Gorlitz, Alemanha, em 23 de abril de 1923. Terminou seu doutoramento em 1954, apresentando a tese "Crítica e crise", lançada no Brasil pela Contraponto. Sua obra dedicou-se, antes de tudo, a investigar a teoria da história e os principais aspectos da história moderna e contemporânea. Foi professor nas universidades de Bochum, Heidelberg e Bielefeld. Foi coautor do monumental Geschichtliche Grundbegriffe. Historisches Lexikon der politisch-sozialen Sprache in Deutschland, um dicionário histórico dos conceitos político-sociais fundamentais da língua alemã, em nove volumes, publicados entre 1972 e 1997, que teve como principal objetivo conhecer a dissolução do mundo antigo e o surgimento do moderno por meio de sua apreensão conceitual. |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | EDITORA CONTRAPONTO |
ISBN | 9788585910839 |
Largura | 16 |
Páginas | 368 |