Em seu livro de estreia, Édipo Ferreira lida com os versos como se o necrotério fosse a fonte dos seus poemas. Caminhar entre os mortos, chorar por eles. Invisível, mesclar a pele como um fantasma. A cada segundo os hospitais preenchem obituários e, por ínfimos milésimos de segundos, a quantidade de mortos dispara à frente do choro de um bebê em alguma parte do planeta. O livro Ossário endurece o leitor assim, como um corpo que vai calcificando os ossos. Enquanto as guerras matam centenas e estranhos cavam as covas de desconhecidos, o poeta enterra o seu morto. Tomamos consciência de um corpo que não tem mais corpo, mas ainda tem voz, sabor, língua em estado de putrefação.
Nesta obra, o autor nos convoca a um mundo no qual somos ensinados a relegar. Viver o luto como uma manifestação daquilo que ainda germina. Sendo que, a cada página, as referências a partir das quais o autor escreveu o livro se concretizam na mais complexa função cerebral do organismo humano: a memória. Em alguma lápide, retornaremos, nesse desejo de materializar a História.
Nesta obra, o autor nos convoca a um mundo no qual somos ensinados a relegar. Viver o luto como uma manifestação daquilo que ainda germina. Sendo que, a cada página, as referências a partir das quais o autor escreveu o livro se concretizam na mais complexa função cerebral do organismo humano: a memória. Em alguma lápide, retornaremos, nesse desejo de materializar a História.
Características | |
Autor | Édipo Ferreira |
Biografia | Em seu livro de estreia, Édipo Ferreira lida com os versos como se o necrotério fosse a fonte dos seus poemas. Caminhar entre os mortos, chorar por eles. Invisível, mesclar a pele como um fantasma. A cada segundo os hospitais preenchem obituários e, por ínfimos milésimos de segundos, a quantidade de mortos dispara à frente do choro de um bebê em alguma parte do planeta. O livro Ossário endurece o leitor assim, como um corpo que vai calcificando os ossos. Enquanto as guerras matam centenas e estranhos cavam as covas de desconhecidos, o poeta enterra o seu morto. Tomamos consciência de um corpo que não tem mais corpo, mas ainda tem voz, sabor, língua em estado de putrefação. Nesta obra, o autor nos convoca a um mundo no qual somos ensinados a relegar. Viver o luto como uma manifestação daquilo que ainda germina. Sendo que, a cada página, as referências a partir das quais o autor escreveu o livro se concretizam na mais complexa função cerebral do organismo humano: a memória. Em alguma lápide, retornaremos, nesse desejo de materializar a História. |
Comprimento | 21 |
Edição | 1 |
Editora | 7 LETRAS |
ISBN | 9786559054862 |
Largura | 14 |
Páginas | 100 |