Energia Elétrica: Estatização e desenvolvimento, 1956-1967

Energia Elétrica: Estatização e desenvolvimento, 1956-1967

Energia Elétrica: Estatização e desenvolvimento, 1956-1967

  • EditoraALAMEDA
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A história dos serviços públicos em muitos países envolveu um embate de longa duração entre interesses econômicos forcejado pela sua privatização e uma imposição de marcos regulatórios governamentais de abrangência variável. Este conflito também ronda a eletrificação no Brasil, desde que, ao final do Império, companhias geradoras deram seus primeiros passos no país. O capital nacional foi pouco a pouco vencido ou cooptado por multinacionais, no início interessadas também em outros serviços tais como transportes, iluminação a gás, água, telefonia.
Favorecendo sua imensa rede hidrográfica e topografia favorável, o país fez opção pela geração hidrelétrica, a chamada “hulha branca”, o que acirrou disputas pelo direito de explorar o potencial dos rios, muitas vezes demarcações de fronteiras interestaduais, ou cursos que passavam por extensas propriedades particulares. Objeto de intensos debates parlamentares desde o início da República, o Código de Águas foi finalmente promulgado em 1934, mas os conflitos não cessaram.
A partir do final da Segunda Guerra Mundial e especialmente no segundo governo Vargas, a crise no fornecimento de energia elétrica levou a uma polarização das classes sociais, desta vez em torno da criação de uma nova estatal de âmbito nacional. Os setores privatistas não a queriam, aliados às empresas estrangeiras, que por sua vez se desinteressavam em aumentar a geração. Os nacionalistas viam-na para além de um agente regulador, defendendo a entrada do Estado na geração e transmissão de eletricidade, além da fabricação de equipamentos. O que se seguiu foi uma verdadeira guerra, contada aqui com maestria por Marcelo Squinca da Silva, historiador do setor brasileiro de energia elétrica.
O resultado da disputa foi a criação da Eletrobrás em 1962, com o desfecho irônico de que sua direção foi entregue a representantes do setor privatista, mais um exemplo da “modernização conservadora” de nossa história. Mesmo assim, houve um salto qualitativo imenso na produção de eletricidade e o país conseguiu operar um sistema interligado bastante eficiente, que tem resistido parcialmente até às ações de desmontagem efetivadas pelos últimos governos. Para entender melhor essa complexa teia de relações que por vezes adquiriram os matizes das grandes paixões, nada melhor do que mergulhar na leitura deste cativante relato.
Características
Autor MARCELO SQUINCA DA SILVA
Biografia A história dos serviços públicos em muitos países envolveu um embate de longa duração entre interesses econômicos forcejado pela sua privatização e uma imposição de marcos regulatórios governamentais de abrangência variável. Este conflito também ronda a eletrificação no Brasil, desde que, ao final do Império, companhias geradoras deram seus primeiros passos no país. O capital nacional foi pouco a pouco vencido ou cooptado por multinacionais, no início interessadas também em outros serviços tais como transportes, iluminação a gás, água, telefonia.
Favorecendo sua imensa rede hidrográfica e topografia favorável, o país fez opção pela geração hidrelétrica, a chamada “hulha branca”, o que acirrou disputas pelo direito de explorar o potencial dos rios, muitas vezes demarcações de fronteiras interestaduais, ou cursos que passavam por extensas propriedades particulares. Objeto de intensos debates parlamentares desde o início da República, o Código de Águas foi finalmente promulgado em 1934, mas os conflitos não cessaram.
A partir do final da Segunda Guerra Mundial e especialmente no segundo governo Vargas, a crise no fornecimento de energia elétrica levou a uma polarização das classes sociais, desta vez em torno da criação de uma nova estatal de âmbito nacional. Os setores privatistas não a queriam, aliados às empresas estrangeiras, que por sua vez se desinteressavam em aumentar a geração. Os nacionalistas viam-na para além de um agente regulador, defendendo a entrada do Estado na geração e transmissão de eletricidade, além da fabricação de equipamentos. O que se seguiu foi uma verdadeira guerra, contada aqui com maestria por Marcelo Squinca da Silva, historiador do setor brasileiro de energia elétrica.
O resultado da disputa foi a criação da Eletrobrás em 1962, com o desfecho irônico de que sua direção foi entregue a representantes do setor privatista, mais um exemplo da “modernização conservadora” de nossa história. Mesmo assim, houve um salto qualitativo imenso na produção de eletricidade e o país conseguiu operar um sistema interligado bastante eficiente, que tem resistido parcialmente até às ações de desmontagem efetivadas pelos últimos governos. Para entender melhor essa complexa teia de relações que por vezes adquiriram os matizes das grandes paixões, nada melhor do que mergulhar na leitura deste cativante relato.
Comprimento 21
Edição 1
Editora ALAMEDA
ISBN 9788579390982
Largura 14
Páginas 280

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