Hüzün: Carlos Vergara
Hüzün: Carlos Vergara
- EditoraCONTRA CAPA
- Modelo: 62-0187
- Disponibilidade: Em estoque
R$ 52,00
R$ 65,00
Hüzün é uma palavra turca sem tradução possível, sugere umam melancolia coletiva que fala de um passado poderoso e múltiplo. A melodia que sai dos minaretes convocando o fiel, as paredes rasuradas dos mosteiros, a atmosfera quieta da Capadócia.” As peças monumentais nas quais Vergara recorta e entrelaça várias fotografias constituindo um mosaico de sensações que se precipitam sobre o espectador refletem formalmente a experiência de uma cultura em que camadas de visualidade se sobrepõem, se enfrentam e se misturam continuamente. É interessante percebermos que, diante de encontros poéticos específicos, sua obra assume novos processos de formalização. Exemplos desta necessidade de adequação do vocabulário plástico se mostram com seu mergulho na fotografia na década de 1970 para apreender o êxtase carnavalesco, assim como o deslocamento e ampliação destas maquetes/colagens fotográficas no anseio de traduzir uma vertigem sensorial, em que camadas de experiência vão se sobrepondo como se fora um palimpsesto visual. Assim como o mergulho na Turquia foi feito desprovido de um projeto definido, tudo se constituindo no enfrentamento curioso do olhar perante o desconhecido, o partido curatorial desta exposição pressupõe uma liberdade de improviso, movida pelo desejo de explorar acontecimentos poéticos inesperados, em que acaso e intenção caminham irmanados. O fascínio da Turquia é sua overdose de sentido, uma presença acachapante de cores, texturas, cheiros, compondo um imaginário incendiado de vibração, ao mesmo tempo espiritual e sensual, que não nos deixa aptos à interpretação. A exasperação sensorial, as muitas tonalidades afetivas e cromáticas que se misturam em mosaicos, lenços, tapetes e pigmentos, revela o outro lado do espírito, o lado exterior, tão mais vibrante nas culturas orientais, nas quais o espírito é sensualidade e a potência decorativa habita o espaço sagrado do templo. O teto da Mesquita Azul com seus mosaicos de seda mistura-se ao chão de tapetes ajardinados, acolhendo o fiel em uma unidade decorativa de alta intensidade espiritual. Agrega-se a isso a paisagem sonora que se deixa revelar no canto sagrado do Muezin, que faz da palavra do Profeta uma música de elevação e consagração. Música que integra a instalação de Vergara presente nesta exposição. Uma imersão dentro de quatro telas de projeção, com imagem e som misturando-se em busca da experiência do templo, ou melhor, dos vários templos vividos em nossa passagem pela Turquia — a Mesquita, os Mosteiros Cristãos Primitivos, a paisagem de pedra da Capadócia, o Bósforo. A água e o vento do Bósforo fazem de Istambul o ponto de passagem entre ocidente e oriente, entre um passado esfacelado na memória e um futuro aberto de possibilidades, O que se ouve musicalmente na Turquia é parte desta potência apontando para o ainda não vivido.
Características | |
Autor | CARLOS VERGARA |
Biografia | Hüzün é uma palavra turca sem tradução possível, sugere umam melancolia coletiva que fala de um passado poderoso e múltiplo. A melodia que sai dos minaretes convocando o fiel, as paredes rasuradas dos mosteiros, a atmosfera quieta da Capadócia.” As peças monumentais nas quais Vergara recorta e entrelaça várias fotografias constituindo um mosaico de sensações que se precipitam sobre o espectador refletem formalmente a experiência de uma cultura em que camadas de visualidade se sobrepõem, se enfrentam e se misturam continuamente. É interessante percebermos que, diante de encontros poéticos específicos, sua obra assume novos processos de formalização. Exemplos desta necessidade de adequação do vocabulário plástico se mostram com seu mergulho na fotografia na década de 1970 para apreender o êxtase carnavalesco, assim como o deslocamento e ampliação destas maquetes/colagens fotográficas no anseio de traduzir uma vertigem sensorial, em que camadas de experiência vão se sobrepondo como se fora um palimpsesto visual. Assim como o mergulho na Turquia foi feito desprovido de um projeto definido, tudo se constituindo no enfrentamento curioso do olhar perante o desconhecido, o partido curatorial desta exposição pressupõe uma liberdade de improviso, movida pelo desejo de explorar acontecimentos poéticos inesperados, em que acaso e intenção caminham irmanados. O fascínio da Turquia é sua overdose de sentido, uma presença acachapante de cores, texturas, cheiros, compondo um imaginário incendiado de vibração, ao mesmo tempo espiritual e sensual, que não nos deixa aptos à interpretação. A exasperação sensorial, as muitas tonalidades afetivas e cromáticas que se misturam em mosaicos, lenços, tapetes e pigmentos, revela o outro lado do espírito, o lado exterior, tão mais vibrante nas culturas orientais, nas quais o espírito é sensualidade e a potência decorativa habita o espaço sagrado do templo. O teto da Mesquita Azul com seus mosaicos de seda mistura-se ao chão de tapetes ajardinados, acolhendo o fiel em uma unidade decorativa de alta intensidade espiritual. Agrega-se a isso a paisagem sonora que se deixa revelar no canto sagrado do Muezin, que faz da palavra do Profeta uma música de elevação e consagração. Música que integra a instalação de Vergara presente nesta exposição. Uma imersão dentro de quatro telas de projeção, com imagem e som misturando-se em busca da experiência do templo, ou melhor, dos vários templos vividos em nossa passagem pela Turquia — a Mesquita, os Mosteiros Cristãos Primitivos, a paisagem de pedra da Capadócia, o Bósforo. A água e o vento do Bósforo fazem de Istambul o ponto de passagem entre ocidente e oriente, entre um passado esfacelado na memória e um futuro aberto de possibilidades, O que se ouve musicalmente na Turquia é parte desta potência apontando para o ainda não vivido. |
Comprimento | 30 |
Editora | CONTRA CAPA |
ISBN | 9788577400454 |
Largura | 20 |