Lendas de Exu
Como nos explica Adilson Martins, os orixás são entidades do panteão africano intimamente ligadas aos fenômenos e manifestações da natureza. Representam as forças vivas, sejas estas animais ou plantas, e a grandiosidade dos fenômenos da natureza, como o vento, os raios, as águas, as montanhas e as rochas. A força dos orixás também está presente em cada um de nós, seres humanos, que somos partícula dos orixás, portanto, sagrados como eles. No Brasil, temos os dezesseis orixás mais conhecidos e constantemente cultuados e festejados pelas tradições afro-brasileiras (como Exu, Ogum, Oxossi, Oxun, Iemanjá e Oxalá, entre outros) muitas vezes sincretizados com os santos católicos. Isto é resultado de dois movimentos: o primeiro, dos escravos na tentativa de manter o culto a seus deuses, buscando pontos de convergência entre a trajetória dos santos e a simbologia dos orixás. Assim, temos Iansã sincretizada com Santa Bárbara, Ogum com São Jorge e assim por diante. Por outro lado, o sincretismo também foi utilizado pelos missionários catequisadores como estratégia de neutralizar os deuses africanos, impondo o cristianismo. Seguindo essa estratégia Exu, o orixá mensageiro, responsável pela comunicação entre os homens e os deuses, foi o que mais sofreu com uma perseguição sistemática, sendo associado ao Diabo dos cristãos, ganhando inclusive rabo, chifre e tridentes em suas representações. Contudo, Exu nada tem a ver com o Diabo. Ele tanto pode premiar como castigar os homens ou os orixás. As histórias contidas neste livro reforçam o sentido da hierarquia, da necessidade de sempre refletirmos sobre nossos atos, assim como sobre a necessidade de repartir, já que nada se faz no universo afro-brasileiro sem que Exu seja primeiramente reverenciado. Nenhuma súplica ou pedido chegará aos orixás se não for através dele e, mesmo os orixás, devem reverência a ele. Nada acontece sem Exu, que é movimento e poder de realização. Este livro é a reunião de um grande número de lendas coletadas e reescritas com humor e sabedoria por Adilson Martins. O leitor se surpreenderá com a riqueza e complexidade desse deus africano com tantas qualidades conflitantes. Exu ora pode ser malicioso, ora simpático, ora moleque, ora justiceiro, tudo depende da forma como o tratamos e do respeito que a ele devotamos. Ao final, chegaremos a conclusão de que Exu pode ser muitos e múltiplo e, finalmente, é sábio e sedutor. Leitor, divirta-se, mas com prudência e respeito.
Características | |
Autor | ADILSON MARTINS |
Biografia | Como nos explica Adilson Martins, os orixás são entidades do panteão africano intimamente ligadas aos fenômenos e manifestações da natureza. Representam as forças vivas, sejas estas animais ou plantas, e a grandiosidade dos fenômenos da natureza, como o vento, os raios, as águas, as montanhas e as rochas. A força dos orixás também está presente em cada um de nós, seres humanos, que somos partícula dos orixás, portanto, sagrados como eles. No Brasil, temos os dezesseis orixás mais conhecidos e constantemente cultuados e festejados pelas tradições afro-brasileiras (como Exu, Ogum, Oxossi, Oxun, Iemanjá e Oxalá, entre outros) muitas vezes sincretizados com os santos católicos. Isto é resultado de dois movimentos: o primeiro, dos escravos na tentativa de manter o culto a seus deuses, buscando pontos de convergência entre a trajetória dos santos e a simbologia dos orixás. Assim, temos Iansã sincretizada com Santa Bárbara, Ogum com São Jorge e assim por diante. Por outro lado, o sincretismo também foi utilizado pelos missionários catequisadores como estratégia de neutralizar os deuses africanos, impondo o cristianismo. Seguindo essa estratégia Exu, o orixá mensageiro, responsável pela comunicação entre os homens e os deuses, foi o que mais sofreu com uma perseguição sistemática, sendo associado ao Diabo dos cristãos, ganhando inclusive rabo, chifre e tridentes em suas representações. Contudo, Exu nada tem a ver com o Diabo. Ele tanto pode premiar como castigar os homens ou os orixás. As histórias contidas neste livro reforçam o sentido da hierarquia, da necessidade de sempre refletirmos sobre nossos atos, assim como sobre a necessidade de repartir, já que nada se faz no universo afro-brasileiro sem que Exu seja primeiramente reverenciado. Nenhuma súplica ou pedido chegará aos orixás se não for através dele e, mesmo os orixás, devem reverência a ele. Nada acontece sem Exu, que é movimento e poder de realização. Este livro é a reunião de um grande número de lendas coletadas e reescritas com humor e sabedoria por Adilson Martins. O leitor se surpreenderá com a riqueza e complexidade desse deus africano com tantas qualidades conflitantes. Exu ora pode ser malicioso, ora simpático, ora moleque, ora justiceiro, tudo depende da forma como o tratamos e do respeito que a ele devotamos. Ao final, chegaremos a conclusão de que Exu pode ser muitos e múltiplo e, finalmente, é sábio e sedutor. Leitor, divirta-se, mas com prudência e respeito. |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | PALLAS |
ISBN | 9788534703840 |
Largura | 16 |
Páginas | 176 |