Depois de Destruída à Terra
Depois de Destruída à Terra
- EditoraLETRA E IMAGEM
- Modelo: LI12427
- Disponibilidade: Em estoque
R$ 28,00
R$ 35,00
“Deitado junto a meu sonho, meu fado, naquela espécie de observatório da noite sepulcral, em sonhos, divagações, meditações, tentava achar a chave, o fio que medeia e acende a luz das histórias, como Poe, que construía suas máquinas de impressionar, segundo me contou Cortázar. Achar o lugar? Escruto a sombra, que me amedronta, que me assombra e sonho o que nenhum mortal há já sonhado, mas o silêncio amplo e calado, calado fica; a quietação fica quieta. Um asteroide se aproximava e eu o via do pátio central da casa, quando em volta de fogueiras ancestrais, ousava olhar para o céu.”
Talvez o maior desafio para quem escreve prosa seriamente, como é o caso de Sergio Papi, seja explorar o tempo. Pois se é razoavelmente claro que o tempo é uma convenção apenas prática, que as sequências lineares não existem, que para casa causa já infinitas consequências, a possibilidade de expressar essas múltiplas dimensões é ainda um grande problema.
Mas Papi joga, brinca, seduz e dribla com o tempo, senão dribla o próprio tempo. Seguimos o que é aparentemente um mesmo personagem – possivelmente desdobrado em inúmeros duplos de si – projetando-se para o futuro, o passado e desdobrando infinita e especularmente o presente. A ciência e a magia convergem, centrípeta e centrifugamente, em tramas breves que, apesar de desafiarem a lógica clássica, sempre acabam fazendo sentido.
O anúncio de horror que o título sugere não diminui completamente ao longo da leitura, mas ganha umas perspectiva diferente. Quem sabe a Terra já esteja destruída, quem sabe sua destruição seja não mais que imaginária, quem sabe os tempos que nela convivem não nos redimam da destruição. Ninguém sabe nada. E é por isso que é bom ler. Por isso a literatura, ao borrar livremente as fronteiras entre sanidade e loucura, permite que os tempos e o eu se ativem de outras formas.
Talvez o maior desafio para quem escreve prosa seriamente, como é o caso de Sergio Papi, seja explorar o tempo. Pois se é razoavelmente claro que o tempo é uma convenção apenas prática, que as sequências lineares não existem, que para casa causa já infinitas consequências, a possibilidade de expressar essas múltiplas dimensões é ainda um grande problema.
Mas Papi joga, brinca, seduz e dribla com o tempo, senão dribla o próprio tempo. Seguimos o que é aparentemente um mesmo personagem – possivelmente desdobrado em inúmeros duplos de si – projetando-se para o futuro, o passado e desdobrando infinita e especularmente o presente. A ciência e a magia convergem, centrípeta e centrifugamente, em tramas breves que, apesar de desafiarem a lógica clássica, sempre acabam fazendo sentido.
O anúncio de horror que o título sugere não diminui completamente ao longo da leitura, mas ganha umas perspectiva diferente. Quem sabe a Terra já esteja destruída, quem sabe sua destruição seja não mais que imaginária, quem sabe os tempos que nela convivem não nos redimam da destruição. Ninguém sabe nada. E é por isso que é bom ler. Por isso a literatura, ao borrar livremente as fronteiras entre sanidade e loucura, permite que os tempos e o eu se ativem de outras formas.
Características | |
Autor | SERGIO PAPI |
Biografia | “Deitado junto a meu sonho, meu fado, naquela espécie de observatório da noite sepulcral, em sonhos, divagações, meditações, tentava achar a chave, o fio que medeia e acende a luz das histórias, como Poe, que construía suas máquinas de impressionar, segundo me contou Cortázar. Achar o lugar? Escruto a sombra, que me amedronta, que me assombra e sonho o que nenhum mortal há já sonhado, mas o silêncio amplo e calado, calado fica; a quietação fica quieta. Um asteroide se aproximava e eu o via do pátio central da casa, quando em volta de fogueiras ancestrais, ousava olhar para o céu.” Talvez o maior desafio para quem escreve prosa seriamente, como é o caso de Sergio Papi, seja explorar o tempo. Pois se é razoavelmente claro que o tempo é uma convenção apenas prática, que as sequências lineares não existem, que para casa causa já infinitas consequências, a possibilidade de expressar essas múltiplas dimensões é ainda um grande problema. Mas Papi joga, brinca, seduz e dribla com o tempo, senão dribla o próprio tempo. Seguimos o que é aparentemente um mesmo personagem – possivelmente desdobrado em inúmeros duplos de si – projetando-se para o futuro, o passado e desdobrando infinita e especularmente o presente. A ciência e a magia convergem, centrípeta e centrifugamente, em tramas breves que, apesar de desafiarem a lógica clássica, sempre acabam fazendo sentido. O anúncio de horror que o título sugere não diminui completamente ao longo da leitura, mas ganha umas perspectiva diferente. Quem sabe a Terra já esteja destruída, quem sabe sua destruição seja não mais que imaginária, quem sabe os tempos que nela convivem não nos redimam da destruição. Ninguém sabe nada. E é por isso que é bom ler. Por isso a literatura, ao borrar livremente as fronteiras entre sanidade e loucura, permite que os tempos e o eu se ativem de outras formas. |
Comprimento | 21 |
Edição | 1 |
Editora | LETRA E IMAGEM |
ISBN | 9788561012427 |
Largura | 14 |
Páginas | 128 |