Trabalho e Ergologia: Conversas sobre a atividade humana
Trabalho e Ergologia: Conversas sobre a atividade humana
- EditoraEDITORA DA UFF
- Modelo: 0710778
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A Ergologia se interessa pela atividade humana, especialmente pela atividade de trabalho, em suas múltiplas e complexas relações. Temos, então, não uma nova disciplina, mas uma perspectiva original que permite melhor compreender <--> transformar alguns importantes aspectos relativos a questões contemporâneas.
Desde os anos 80, Yves Schwartz e seus parceiros, na França, vêm colocando em discussão como pensar as mudanças do trabalho. Para isto, experimentam um dispositivo de produção de saberes sobre o trabalho (e a atividade humana), onde operam diferentes disciplinas científicas (com suas distintas abordagens) em sinergia com os saberes dos protagonistas do trabalho.
Um dispositivo talvez incontornável, já que a vida humana em seu curso desconhece os compartimentos, os recortes que efetuamos do ponto de vista das disciplinas científicas: a vida enlaça o global e o local no que se designa sob o termo atividade. Mas, em uma sociedade cada vez mais tecnicizada, nossas concepções sobre o agir vêm sendo dominadas por modelos, por arquiteturas mentais que precedem a atividade em todos os níveis. Encontramos aí uma situação paradoxal. Sim, pois o humano efetua sua potência de antecipação, querendo tudo programar, organizar, enquadrar.
Uma conquista, contendo um risco: ver os modelos como um fim em si mesmo. Um grave risco, ao ignorar a vida que (re)aparece a todo momento e, no final das contas, chegar ao equívoco de considerar residual ou insignificante o que não está conforme os modelos – exatamente o que pode ser determinante na história que está sendo tecida.
A tecelagem é justamente a metáfora que percorre este livro-conversa. Com essa imagem, não se trata de diminuir a importância da “trama”, de tudo que permite organizar a vida cotidiana, tudo que precede o agir concreto. Mas é preciso, simultaneamente, estar atento à “urdidura” sobre a qual operam (como se faz sobre o equipamento de tecelagem) os fios da trama para formar com ela o tecido.
A urdidura é, no fundo, a vida com toda sua riqueza e sua parcela de novidade. A atividade humana, no sentido ergológico, é um cruzamento indefinido dos dois registros – trama e urdidura.
O objetivo da Ergologia não é apenas contemplar a atividade colocada em cena. Pretende servir àqueles que vivem e trabalham cotidianamente, para (re)criar o mundo no qual vivemos, e incitar-lhes a pôr em palavras um dado ponto de vista sobre suas atividades, a fim de torná-lo comunicável e submetê-lo à confrontação entre os diferentes saberes. Entende-se que este ponto de vista – ergológico – não está disponível espontaneamente, ele demanda ser inventado, construído. É preciso que os saberes constituídos e socialmente reconhecidos deixem-se interpelar pela atividade humana, tal como ela aparece nos diferentes pontos de vista.
Este lugar de encontro e de troca entre saberes é visto como um terceiro polo (em um “dispositivo dinâmico de três polos”), gerador de novos posicionamentos, de transformações, tanto do lado do conhecimento científico (primeiro polo), quanto do lado da experiência (segundo polo).
Desde os anos 80, Yves Schwartz e seus parceiros, na França, vêm colocando em discussão como pensar as mudanças do trabalho. Para isto, experimentam um dispositivo de produção de saberes sobre o trabalho (e a atividade humana), onde operam diferentes disciplinas científicas (com suas distintas abordagens) em sinergia com os saberes dos protagonistas do trabalho.
Um dispositivo talvez incontornável, já que a vida humana em seu curso desconhece os compartimentos, os recortes que efetuamos do ponto de vista das disciplinas científicas: a vida enlaça o global e o local no que se designa sob o termo atividade. Mas, em uma sociedade cada vez mais tecnicizada, nossas concepções sobre o agir vêm sendo dominadas por modelos, por arquiteturas mentais que precedem a atividade em todos os níveis. Encontramos aí uma situação paradoxal. Sim, pois o humano efetua sua potência de antecipação, querendo tudo programar, organizar, enquadrar.
Uma conquista, contendo um risco: ver os modelos como um fim em si mesmo. Um grave risco, ao ignorar a vida que (re)aparece a todo momento e, no final das contas, chegar ao equívoco de considerar residual ou insignificante o que não está conforme os modelos – exatamente o que pode ser determinante na história que está sendo tecida.
A tecelagem é justamente a metáfora que percorre este livro-conversa. Com essa imagem, não se trata de diminuir a importância da “trama”, de tudo que permite organizar a vida cotidiana, tudo que precede o agir concreto. Mas é preciso, simultaneamente, estar atento à “urdidura” sobre a qual operam (como se faz sobre o equipamento de tecelagem) os fios da trama para formar com ela o tecido.
A urdidura é, no fundo, a vida com toda sua riqueza e sua parcela de novidade. A atividade humana, no sentido ergológico, é um cruzamento indefinido dos dois registros – trama e urdidura.
O objetivo da Ergologia não é apenas contemplar a atividade colocada em cena. Pretende servir àqueles que vivem e trabalham cotidianamente, para (re)criar o mundo no qual vivemos, e incitar-lhes a pôr em palavras um dado ponto de vista sobre suas atividades, a fim de torná-lo comunicável e submetê-lo à confrontação entre os diferentes saberes. Entende-se que este ponto de vista – ergológico – não está disponível espontaneamente, ele demanda ser inventado, construído. É preciso que os saberes constituídos e socialmente reconhecidos deixem-se interpelar pela atividade humana, tal como ela aparece nos diferentes pontos de vista.
Este lugar de encontro e de troca entre saberes é visto como um terceiro polo (em um “dispositivo dinâmico de três polos”), gerador de novos posicionamentos, de transformações, tanto do lado do conhecimento científico (primeiro polo), quanto do lado da experiência (segundo polo).
Características | |
Autor | Yves Schwartz, Louis Durrive (orgs.) |
Biografia | A Ergologia se interessa pela atividade humana, especialmente pela atividade de trabalho, em suas múltiplas e complexas relações. Temos, então, não uma nova disciplina, mas uma perspectiva original que permite melhor compreender <--> transformar alguns importantes aspectos relativos a questões contemporâneas. Desde os anos 80, Yves Schwartz e seus parceiros, na França, vêm colocando em discussão como pensar as mudanças do trabalho. Para isto, experimentam um dispositivo de produção de saberes sobre o trabalho (e a atividade humana), onde operam diferentes disciplinas científicas (com suas distintas abordagens) em sinergia com os saberes dos protagonistas do trabalho. Um dispositivo talvez incontornável, já que a vida humana em seu curso desconhece os compartimentos, os recortes que efetuamos do ponto de vista das disciplinas científicas: a vida enlaça o global e o local no que se designa sob o termo atividade. Mas, em uma sociedade cada vez mais tecnicizada, nossas concepções sobre o agir vêm sendo dominadas por modelos, por arquiteturas mentais que precedem a atividade em todos os níveis. Encontramos aí uma situação paradoxal. Sim, pois o humano efetua sua potência de antecipação, querendo tudo programar, organizar, enquadrar. Uma conquista, contendo um risco: ver os modelos como um fim em si mesmo. Um grave risco, ao ignorar a vida que (re)aparece a todo momento e, no final das contas, chegar ao equívoco de considerar residual ou insignificante o que não está conforme os modelos – exatamente o que pode ser determinante na história que está sendo tecida. A tecelagem é justamente a metáfora que percorre este livro-conversa. Com essa imagem, não se trata de diminuir a importância da “trama”, de tudo que permite organizar a vida cotidiana, tudo que precede o agir concreto. Mas é preciso, simultaneamente, estar atento à “urdidura” sobre a qual operam (como se faz sobre o equipamento de tecelagem) os fios da trama para formar com ela o tecido. A urdidura é, no fundo, a vida com toda sua riqueza e sua parcela de novidade. A atividade humana, no sentido ergológico, é um cruzamento indefinido dos dois registros – trama e urdidura. O objetivo da Ergologia não é apenas contemplar a atividade colocada em cena. Pretende servir àqueles que vivem e trabalham cotidianamente, para (re)criar o mundo no qual vivemos, e incitar-lhes a pôr em palavras um dado ponto de vista sobre suas atividades, a fim de torná-lo comunicável e submetê-lo à confrontação entre os diferentes saberes. Entende-se que este ponto de vista – ergológico – não está disponível espontaneamente, ele demanda ser inventado, construído. É preciso que os saberes constituídos e socialmente reconhecidos deixem-se interpelar pela atividade humana, tal como ela aparece nos diferentes pontos de vista. Este lugar de encontro e de troca entre saberes é visto como um terceiro polo (em um “dispositivo dinâmico de três polos”), gerador de novos posicionamentos, de transformações, tanto do lado do conhecimento científico (primeiro polo), quanto do lado da experiência (segundo polo). |
Comprimento | 23 |
Edição | 3 |
Editora | EDITORA DA UFF |
ISBN | 9786558310778 |
Largura | 16 |
Páginas | 352 |