Padecimentos Completos
Padecimentos Completos
- EditoraFUNDACAO CASA DE JORGE AMADO
- Modelo: 52-0085
- Disponibilidade: Em estoque
R$ 8,00
R$ 10,00
Adentrar no universo literário requer um jogo entre princípios que zelam nossos tabus e potência transgressora do imaginar, do ir além, do romper as fronteiras ditadas pelo superego ao defrontar-se com o estrangeiro de nós. Padecimentos completos instaura com humor e perspicácia um jogo entre morte, memória e acaso, propondo ao leitor um mergulho no saber da morte, no ter de amadurecer e no ter de ser amado. Agonias do existir.
Neste ilê de palavras, morte descobre ser vida e vida ser morte, no infá de cada máscara refletida no acaso. Dona Mariazinha, por exemplo, se agarra aos últimos fios de suas memórias para não morrer. Esquecer também é uma forma de morte. Aurora, por outro lado, agarra-se ao acaso do desejo em seu “êxtase frenético” para lembrar que está viva. Lembrar é ressuscitar. O anúncio de uma carta ressuscita alguém que não morreu no tempo, alguém sem nome e sem endereço, mas que vivo permanece na memória.
Veruska, gerada também ao acaso, é projetada como morte da moralidade tirana e opressora dos pais de seus pais, mas a utopia desenfreada morre na carne com a vinda de uma palmada.
Vemos, também, trespassada por entre todos esses padecimentos existenciais, uma sociedade decadente onde os atores são figuras pálidas, mórbidas. Mesmo todos seus idealismos e sonhos não os salvam do mundo real onde têm de reproduzir materialismos e preconceitos, como a exclusão dos povos que habitam a selva. Estes, apenas por não terem nascido na cidade, são tidos como inferiores. Há uma denúncia velada da afetuosa negrinha que continua a ser doméstica, do oleiro que continua a ser servo, do camponês que continua a viver por um fio em sua impossibilidade de transcendência, impossibilidade não por serem frágeis, mas por não terem lhes permitido a única possibilidade de liberdade neste mundo de símbolos: as letras, as montanhas de pedras e as escrituras de posse de paraísos artificiais. Sebastião tem cor negra: “Seu sorriso movimenta terras ao redor dos olhos que traçam caminhos para as maçãs do rosto. Caminhos que poderiam ser rios, se ele soubesse chorar sua dor”. Porque teve apenas miséria como herança.
Neste ilê de palavras, morte descobre ser vida e vida ser morte, no infá de cada máscara refletida no acaso. Dona Mariazinha, por exemplo, se agarra aos últimos fios de suas memórias para não morrer. Esquecer também é uma forma de morte. Aurora, por outro lado, agarra-se ao acaso do desejo em seu “êxtase frenético” para lembrar que está viva. Lembrar é ressuscitar. O anúncio de uma carta ressuscita alguém que não morreu no tempo, alguém sem nome e sem endereço, mas que vivo permanece na memória.
Veruska, gerada também ao acaso, é projetada como morte da moralidade tirana e opressora dos pais de seus pais, mas a utopia desenfreada morre na carne com a vinda de uma palmada.
Vemos, também, trespassada por entre todos esses padecimentos existenciais, uma sociedade decadente onde os atores são figuras pálidas, mórbidas. Mesmo todos seus idealismos e sonhos não os salvam do mundo real onde têm de reproduzir materialismos e preconceitos, como a exclusão dos povos que habitam a selva. Estes, apenas por não terem nascido na cidade, são tidos como inferiores. Há uma denúncia velada da afetuosa negrinha que continua a ser doméstica, do oleiro que continua a ser servo, do camponês que continua a viver por um fio em sua impossibilidade de transcendência, impossibilidade não por serem frágeis, mas por não terem lhes permitido a única possibilidade de liberdade neste mundo de símbolos: as letras, as montanhas de pedras e as escrituras de posse de paraísos artificiais. Sebastião tem cor negra: “Seu sorriso movimenta terras ao redor dos olhos que traçam caminhos para as maçãs do rosto. Caminhos que poderiam ser rios, se ele soubesse chorar sua dor”. Porque teve apenas miséria como herança.
Características | |
Autor | Victor Pablo da Silveira |
Biografia | Adentrar no universo literário requer um jogo entre princípios que zelam nossos tabus e potência transgressora do imaginar, do ir além, do romper as fronteiras ditadas pelo superego ao defrontar-se com o estrangeiro de nós. Padecimentos completos instaura com humor e perspicácia um jogo entre morte, memória e acaso, propondo ao leitor um mergulho no saber da morte, no ter de amadurecer e no ter de ser amado. Agonias do existir. Neste ilê de palavras, morte descobre ser vida e vida ser morte, no infá de cada máscara refletida no acaso. Dona Mariazinha, por exemplo, se agarra aos últimos fios de suas memórias para não morrer. Esquecer também é uma forma de morte. Aurora, por outro lado, agarra-se ao acaso do desejo em seu “êxtase frenético” para lembrar que está viva. Lembrar é ressuscitar. O anúncio de uma carta ressuscita alguém que não morreu no tempo, alguém sem nome e sem endereço, mas que vivo permanece na memória. Veruska, gerada também ao acaso, é projetada como morte da moralidade tirana e opressora dos pais de seus pais, mas a utopia desenfreada morre na carne com a vinda de uma palmada. Vemos, também, trespassada por entre todos esses padecimentos existenciais, uma sociedade decadente onde os atores são figuras pálidas, mórbidas. Mesmo todos seus idealismos e sonhos não os salvam do mundo real onde têm de reproduzir materialismos e preconceitos, como a exclusão dos povos que habitam a selva. Estes, apenas por não terem nascido na cidade, são tidos como inferiores. Há uma denúncia velada da afetuosa negrinha que continua a ser doméstica, do oleiro que continua a ser servo, do camponês que continua a viver por um fio em sua impossibilidade de transcendência, impossibilidade não por serem frágeis, mas por não terem lhes permitido a única possibilidade de liberdade neste mundo de símbolos: as letras, as montanhas de pedras e as escrituras de posse de paraísos artificiais. Sebastião tem cor negra: “Seu sorriso movimenta terras ao redor dos olhos que traçam caminhos para as maçãs do rosto. Caminhos que poderiam ser rios, se ele soubesse chorar sua dor”. Porque teve apenas miséria como herança. |
Comprimento | 20 |
Editora | FUNDACAO CASA DE JORGE AMADO |
ISBN | 9788572780957 |
Largura | 11 |
Páginas | 116 |