Os motoboys de São Paulo e a produção de táticas e estratégias na realização das práticas cotidianas

Os motoboys de São Paulo e a produção de táticas e estratégias na realização das práticas cotidianas

Os motoboys de São Paulo e a produção de táticas e estratégias na realização das práticas cotidianas

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As transformações do mercado de trabalho nas últimas décadas representaram um enxugamento de postos de trabalho formais e aumento da informalidade, da ideia do empreendedorismo (auto empreendedorismo) e da precarização. Nesse cenário, não tão recente, sem ter muitas opções de onde procurar uma ocupação, as pessoas recorrem às ruas da cidade para construir possibilidades de trabalho e renda. Elas usam o espaço urbano de forma criativa, aproveitam-se de sua configuração técnica, científica e informacional, previamente definidas, para conseguir alguns pequenos ganhos em sua luta pela sobrevivência em um ambiente, muitas vezes aversivo e hostil. [...] O motoboy inseriu eficiência a um espaço marcado pelo engarrafamento, pela dificuldade de garantir um fluxo adequado ao ritmo produtivo e assim permitiu não só que coisas fossem entregues e os negócios não parassem seu desenvolvimento, mas também, permitiu à sociedade como um todo a construção e a sustentação de inúmeros fatores que são a base de nosso estilo de vida. Muitos não gostam de sua presença nas ruas da cidade, contudo nem imaginam que seu sonho de viver sem eles passando velozmente e ruidosamente pelos “corredores” entre os carros, representaria um pesadelo de rever todo o nosso cotidiano e repensar o projeto político, econômico e social de nosso país: o motoboy não é a solução da pizzaria da esquina para incrementar seus negócios, é uma adaptação espacial, ele é parte de uma realidade dinâmica que sustenta nossa adequação local aos imperativos globais. Para aqueles que recentemente passaram a se interessar por essas questões e talvez só consigam vislumbrar isso olhando para os aplicativos e para as formas de trabalho que surgiram das plataformas virtuais, podemos dizer que os préstimos desses profissionais à cidade de São Paulo, dentre outros, começaram muito antes da digitalização da economia e da “popularização” da internet. Neste livro, buscamos compreender, através da convivência com estes profissionais, a complexidade da relação entre eles e a cidade de São Paulo, entre os anos de 2007 e 2010. Muitas das questões levantadas a dez anos atrás permanecem atuais e nos permitem compreender a situação da categoria frente ao mundo do trabalho (uberizado ou se uberizando) e frente a tantas outra coisas, como a Pandemia, que se abateu sobre o mundo e tem explicitado antigas questões. Trata-se de um convite a uma reflexão marcada pela fala destes trabalhadores que nos recontaram o futuro, o presente e o passado enquanto conversávamos sobre suas práticas cotidianas como trabalhadores nas ruas da maior metrópole de nosso país.
Características
Autor Matheus Fernandes de Castro
Biografia As transformações do mercado de trabalho nas últimas décadas representaram um enxugamento de postos de trabalho formais e aumento da informalidade, da ideia do empreendedorismo (auto empreendedorismo) e da precarização. Nesse cenário, não tão recente, sem ter muitas opções de onde procurar uma ocupação, as pessoas recorrem às ruas da cidade para construir possibilidades de trabalho e renda. Elas usam o espaço urbano de forma criativa, aproveitam-se de sua configuração técnica, científica e informacional, previamente definidas, para conseguir alguns pequenos ganhos em sua luta pela sobrevivência em um ambiente, muitas vezes aversivo e hostil. [...] O motoboy inseriu eficiência a um espaço marcado pelo engarrafamento, pela dificuldade de garantir um fluxo adequado ao ritmo produtivo e assim permitiu não só que coisas fossem entregues e os negócios não parassem seu desenvolvimento, mas também, permitiu à sociedade como um todo a construção e a sustentação de inúmeros fatores que são a base de nosso estilo de vida. Muitos não gostam de sua presença nas ruas da cidade, contudo nem imaginam que seu sonho de viver sem eles passando velozmente e ruidosamente pelos “corredores” entre os carros, representaria um pesadelo de rever todo o nosso cotidiano e repensar o projeto político, econômico e social de nosso país: o motoboy não é a solução da pizzaria da esquina para incrementar seus negócios, é uma adaptação espacial, ele é parte de uma realidade dinâmica que sustenta nossa adequação local aos imperativos globais. Para aqueles que recentemente passaram a se interessar por essas questões e talvez só consigam vislumbrar isso olhando para os aplicativos e para as formas de trabalho que surgiram das plataformas virtuais, podemos dizer que os préstimos desses profissionais à cidade de São Paulo, dentre outros, começaram muito antes da digitalização da economia e da “popularização” da internet. Neste livro, buscamos compreender, através da convivência com estes profissionais, a complexidade da relação entre eles e a cidade de São Paulo, entre os anos de 2007 e 2010. Muitas das questões levantadas a dez anos atrás permanecem atuais e nos permitem compreender a situação da categoria frente ao mundo do trabalho (uberizado ou se uberizando) e frente a tantas outra coisas, como a Pandemia, que se abateu sobre o mundo e tem explicitado antigas questões. Trata-se de um convite a uma reflexão marcada pela fala destes trabalhadores que nos recontaram o futuro, o presente e o passado enquanto conversávamos sobre suas práticas cotidianas como trabalhadores nas ruas da maior metrópole de nosso país.
Comprimento 21
Edição 1
Editora EDITORA FILOCZAR
ISBN 9786587117492
Largura 14
Páginas 220

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