Manejo do real e a razão psicanalítica
Manejo do real e a razão psicanalítica
- EditoraCONTRA CAPA
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Da regra fundamental enunciada pelo analista ao analisando de dizer tudo o que lhe vem à cabeça afloram diferentes consequências, pelas quais se podem depreender os fundamentos do que singulariza a razão psicanalítica ao lidar com os impasses com que se defrontam os seres humanos em sua existência. Todavia, como Marie-Claude Lambotte deixa ver nos cinco textos aqui reunidos, cujo desdobrar comporta um efeito de só-depois do trabalho analítico ocorrido em sua clínica e em seu manejo subjetivo da teoria, o que é próprio à psicanálise não a torna uma ciência nova entre as diferentes formalizações do saber que se têm como científicas, uma vez que o seu objeto, a divisão do sujeito, é o próprio motor de sua causa.
Nessa causa, engajam-se analista e analisando, sem que deixem de constatar, a cada vez, a irredutível distância que há entre a verdade e o saber. Ademais, em face do real, de conformação primordialmente distinta do que se admite como a realidade das coisas, a criação de conceitos e modelos formais não o esclarecem, no sentido de passar a ser conhecido, nem impedem que ele cesse de manifestar-se.
De que modo, então, seja atestar, seja transmitir o que leva um sujeito, ao passar por uma psicanálise, a ser simplesmente outro diferente do que era antes de iniciá-la, se o que é passado não se confunde com a aquisição de um conhecimento ou a consciência do que se passou? Em outra direção, qual preço se paga por isso e o que resta do que assim se opera? Findas uma ou mais leituras do que se encontra nestas páginas, notar-se-á que os limites da linguagem para tratar o que não se desvela ou revela por completo são antes um passo decisivo para tornar outros os destinos que dele se realizam.
Nessa causa, engajam-se analista e analisando, sem que deixem de constatar, a cada vez, a irredutível distância que há entre a verdade e o saber. Ademais, em face do real, de conformação primordialmente distinta do que se admite como a realidade das coisas, a criação de conceitos e modelos formais não o esclarecem, no sentido de passar a ser conhecido, nem impedem que ele cesse de manifestar-se.
De que modo, então, seja atestar, seja transmitir o que leva um sujeito, ao passar por uma psicanálise, a ser simplesmente outro diferente do que era antes de iniciá-la, se o que é passado não se confunde com a aquisição de um conhecimento ou a consciência do que se passou? Em outra direção, qual preço se paga por isso e o que resta do que assim se opera? Findas uma ou mais leituras do que se encontra nestas páginas, notar-se-á que os limites da linguagem para tratar o que não se desvela ou revela por completo são antes um passo decisivo para tornar outros os destinos que dele se realizam.
Características | |
Autor | Marie-Claude Lambotte |
Biografia | Da regra fundamental enunciada pelo analista ao analisando de dizer tudo o que lhe vem à cabeça afloram diferentes consequências, pelas quais se podem depreender os fundamentos do que singulariza a razão psicanalítica ao lidar com os impasses com que se defrontam os seres humanos em sua existência. Todavia, como Marie-Claude Lambotte deixa ver nos cinco textos aqui reunidos, cujo desdobrar comporta um efeito de só-depois do trabalho analítico ocorrido em sua clínica e em seu manejo subjetivo da teoria, o que é próprio à psicanálise não a torna uma ciência nova entre as diferentes formalizações do saber que se têm como científicas, uma vez que o seu objeto, a divisão do sujeito, é o próprio motor de sua causa. Nessa causa, engajam-se analista e analisando, sem que deixem de constatar, a cada vez, a irredutível distância que há entre a verdade e o saber. Ademais, em face do real, de conformação primordialmente distinta do que se admite como a realidade das coisas, a criação de conceitos e modelos formais não o esclarecem, no sentido de passar a ser conhecido, nem impedem que ele cesse de manifestar-se. De que modo, então, seja atestar, seja transmitir o que leva um sujeito, ao passar por uma psicanálise, a ser simplesmente outro diferente do que era antes de iniciá-la, se o que é passado não se confunde com a aquisição de um conhecimento ou a consciência do que se passou? Em outra direção, qual preço se paga por isso e o que resta do que assim se opera? Findas uma ou mais leituras do que se encontra nestas páginas, notar-se-á que os limites da linguagem para tratar o que não se desvela ou revela por completo são antes um passo decisivo para tornar outros os destinos que dele se realizam. |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | CONTRA CAPA |
ISBN | 9786589014218 |
Largura | 16 |
Páginas | 80 |