As mães dão a vida ou podem matar. São capazes de morrer pelos seus rebentos ou odiar sua condição. Sentem-se felizes pelos momentos gratificantes da maternidade, reconhecendo que é sua realização mais completa, mas podem desesperar-se, se percebem que os filhos comprometem seu bem-estar e trazem encargos econômicos insuportáveis.
Essa contradição interfere nas representações e compromete as relações sociais, pois a maternidade é o grande trunfo e, ao mesmo tempo, o ponto mais vulnerável da mulher ao desencadear problemas de difícil operacionalização entre os compromissos da maternagem e o trabalho distante de casa. Isso gera dilema para quem ousa conciliar produção e reprodução numa sociedade que não confere qualquer importância à geração de novos agentes sociais.