Subsistência do homem e ensaios correlatos, A
Subsistência do homem e ensaios correlatos, A
- EditoraEDITORA CONTRAPONTO
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Karl Polanyi (1886-1964) foi um dos mais eruditos e mais originais cientistas sociais do século XX. Nascido na Hungria, morou e lecionou na Áustria, na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Canadá. Manteve convicções socialistas durante toda a vida, mas permaneceu à margem do debate que dividiu o movimento trabalhista europeu em socialdemocratas e comunistas. Na definição de sua esposa, "era um humanista sumamente realista. [...] Não se rendeu ao determinismo e ao fatalismo."
Continuador da grande tradição do pensamento social europeu de sua época, Polanyi nunca reconheceu fronteiras rígidas entre as disciplinas, transitando pela economia, a história, a antropologia e a sociologia. Buscou compreender os traços gerais da sociedade capitalista no contexto de uma teoria comparada dos sistemas econômicos e da mudança institucional. Sempre enfatizou a excepcionalidade da sociedade moderna, a primeira que inseriu a força de trabalho e a terra no circuito mercantil, transformando a economia em um domínio independente, "desenraizado" das demais instituições sociais.
Não se pode exagerar o alcance dessa ruptura. Polanyi a situa na Inglaterra do século XIX. Porém, já na década de 1920 ele compreendeu que os quatro pilares dessa nova civilização ? o mercado autorregulado, o padrão-ouro, o Estado liberal e o balanço de poder entre as potências do continente ? estavam ruindo. Dedicou-se, então, a buscar caminhos que conduzissem a sociedade a controlar novamente a economia, mas preservando as conquistas da vida social moderna, com a edificação de instituições que garantissem a liberdade dos indivíduos.
O programa teórico de Polanyi exigiu que ele examinasse detidamente também as sociedades antigas, nas quais mercados, comércio e moeda não formavam uma tríade articulada e a economia estava enraizada em outras instituições sociais. Os textos selecionados para compor este primeiro volume de ensaios tratam, primordialmente, desses temas, incursionando pela Grécia, a Mesopotâmia, o Egito, as tribos da Oceania e os impérios pré-colombianos.
Depois de mostrar os limites da "definição formal" de economia, apresentada pelos neoclássicos, Polanyi propõe uma "definição substantiva" que abre o caminho para grandes redefinições. Analisa os três mecanismos de integração que predominaram ao longo da história ? a reciprocidade, a redistribuição e a troca ?, vê que o sistema oferta-demanda-preço inexistia nos mercados antigos e mostra que as funções da moeda eram outras. Obtém, assim, uma releitura original do processo histórico.
Os textos mostram claramente a combinação de erudição e originalidade de Karl Polanyi, cuja obra vem despertando interesse crescente em todo o mundo.
Continuador da grande tradição do pensamento social europeu de sua época, Polanyi nunca reconheceu fronteiras rígidas entre as disciplinas, transitando pela economia, a história, a antropologia e a sociologia. Buscou compreender os traços gerais da sociedade capitalista no contexto de uma teoria comparada dos sistemas econômicos e da mudança institucional. Sempre enfatizou a excepcionalidade da sociedade moderna, a primeira que inseriu a força de trabalho e a terra no circuito mercantil, transformando a economia em um domínio independente, "desenraizado" das demais instituições sociais.
Não se pode exagerar o alcance dessa ruptura. Polanyi a situa na Inglaterra do século XIX. Porém, já na década de 1920 ele compreendeu que os quatro pilares dessa nova civilização ? o mercado autorregulado, o padrão-ouro, o Estado liberal e o balanço de poder entre as potências do continente ? estavam ruindo. Dedicou-se, então, a buscar caminhos que conduzissem a sociedade a controlar novamente a economia, mas preservando as conquistas da vida social moderna, com a edificação de instituições que garantissem a liberdade dos indivíduos.
O programa teórico de Polanyi exigiu que ele examinasse detidamente também as sociedades antigas, nas quais mercados, comércio e moeda não formavam uma tríade articulada e a economia estava enraizada em outras instituições sociais. Os textos selecionados para compor este primeiro volume de ensaios tratam, primordialmente, desses temas, incursionando pela Grécia, a Mesopotâmia, o Egito, as tribos da Oceania e os impérios pré-colombianos.
Depois de mostrar os limites da "definição formal" de economia, apresentada pelos neoclássicos, Polanyi propõe uma "definição substantiva" que abre o caminho para grandes redefinições. Analisa os três mecanismos de integração que predominaram ao longo da história ? a reciprocidade, a redistribuição e a troca ?, vê que o sistema oferta-demanda-preço inexistia nos mercados antigos e mostra que as funções da moeda eram outras. Obtém, assim, uma releitura original do processo histórico.
Os textos mostram claramente a combinação de erudição e originalidade de Karl Polanyi, cuja obra vem despertando interesse crescente em todo o mundo.
Características | |
Autor | KARL POLANYI |
Biografia | Karl Polanyi (1886-1964) foi um dos mais eruditos e mais originais cientistas sociais do século XX. Nascido na Hungria, morou e lecionou na Áustria, na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Canadá. Manteve convicções socialistas durante toda a vida, mas permaneceu à margem do debate que dividiu o movimento trabalhista europeu em socialdemocratas e comunistas. Na definição de sua esposa, "era um humanista sumamente realista. [...] Não se rendeu ao determinismo e ao fatalismo." Continuador da grande tradição do pensamento social europeu de sua época, Polanyi nunca reconheceu fronteiras rígidas entre as disciplinas, transitando pela economia, a história, a antropologia e a sociologia. Buscou compreender os traços gerais da sociedade capitalista no contexto de uma teoria comparada dos sistemas econômicos e da mudança institucional. Sempre enfatizou a excepcionalidade da sociedade moderna, a primeira que inseriu a força de trabalho e a terra no circuito mercantil, transformando a economia em um domínio independente, "desenraizado" das demais instituições sociais. Não se pode exagerar o alcance dessa ruptura. Polanyi a situa na Inglaterra do século XIX. Porém, já na década de 1920 ele compreendeu que os quatro pilares dessa nova civilização ? o mercado autorregulado, o padrão-ouro, o Estado liberal e o balanço de poder entre as potências do continente ? estavam ruindo. Dedicou-se, então, a buscar caminhos que conduzissem a sociedade a controlar novamente a economia, mas preservando as conquistas da vida social moderna, com a edificação de instituições que garantissem a liberdade dos indivíduos. O programa teórico de Polanyi exigiu que ele examinasse detidamente também as sociedades antigas, nas quais mercados, comércio e moeda não formavam uma tríade articulada e a economia estava enraizada em outras instituições sociais. Os textos selecionados para compor este primeiro volume de ensaios tratam, primordialmente, desses temas, incursionando pela Grécia, a Mesopotâmia, o Egito, as tribos da Oceania e os impérios pré-colombianos. Depois de mostrar os limites da "definição formal" de economia, apresentada pelos neoclássicos, Polanyi propõe uma "definição substantiva" que abre o caminho para grandes redefinições. Analisa os três mecanismos de integração que predominaram ao longo da história ? a reciprocidade, a redistribuição e a troca ?, vê que o sistema oferta-demanda-preço inexistia nos mercados antigos e mostra que as funções da moeda eram outras. Obtém, assim, uma releitura original do processo histórico. Os textos mostram claramente a combinação de erudição e originalidade de Karl Polanyi, cuja obra vem despertando interesse crescente em todo o mundo. |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | EDITORA CONTRAPONTO |
ISBN | 9788578660765 |
Largura | 16 |
Páginas | 384 |