Tempo da História, O
Philippe Ariès (1914-1984) produziu os oito ensaios que compõem esta obra entre 1946 e 1951, sob o impacto da Segunda Guerra Mundial. No livro, ele reflete sobre a História a partir de experiências pessoais, autobiográficas, e analisa as diversas concepções da História então existentes – conservadoras, marxistas, científicas e existenciais.
Os textos evidenciam a influência das ideias inovadoras constantes nos Annales, às quais Ariès foi um dos primeiros intelectuais a aderir. Mas também comprovam a originalidade do próprio autor, que propõe uma maneira singular de construir a História: ele parte da própria experiência e leva em conta a perspectiva do tempo presente. Por tais características, Ariès foi repudiado tanto pelos adeptos das escolas conservadoras quanto das escolas marxistas e ignorado pelos grandes editores.
No primeiro ensaio, Ariès recorre a suas memórias de infância e adolescência vividas em uma família monarquista para refletir sobre como ele próprio percebe a História. Nos ensaios seguintes examina o modo como a História é avaliada por sua família, pelo meio universitário, pelos historiadores da Action françaisee pelos autores dos Annales. Em dois capítulos distintos,que prenunciam o que viria a ser a história da História, ele analisaa abordagem da História predominante na Idade Média e no período clássico.
Das visões ideológicas da História Ariès faz uma análise tão implacável quanto coerente com sua própria concepção. Ele compara o materialismo histórico com o que chama “o historicismo conservador”, cuja matriz é a “escola capetiana do século 20”. E mostra que, com pontos de partida antagônicos – a nostalgia do passado de um lado e a esperança de uma ruptura radical de outro – as duas correntes confluem em seus princípios fundamentais. Ambas anulam as histórias das comunidades particulares, tornando-as uma história coletiva, a do Estado nacional ou a da humanidade inteira. Ambas pretendem estabelecer leis que regulem as repetições de situações idênticas. Ambas dissolvem as singularidades das existências concretas, seja na abstração das instituições, seja no anonimato das classes: “Aproximar assim Marx e Bainville, para criticá-los, era audacioso e, em todo caso, repudiava a filosofia da história proclamada por aqueles de quem Ariès estava familiar, afetiva e politicamente mais próximo”, escreve no prefácio Roger Chartier.
Os textos evidenciam a influência das ideias inovadoras constantes nos Annales, às quais Ariès foi um dos primeiros intelectuais a aderir. Mas também comprovam a originalidade do próprio autor, que propõe uma maneira singular de construir a História: ele parte da própria experiência e leva em conta a perspectiva do tempo presente. Por tais características, Ariès foi repudiado tanto pelos adeptos das escolas conservadoras quanto das escolas marxistas e ignorado pelos grandes editores.
No primeiro ensaio, Ariès recorre a suas memórias de infância e adolescência vividas em uma família monarquista para refletir sobre como ele próprio percebe a História. Nos ensaios seguintes examina o modo como a História é avaliada por sua família, pelo meio universitário, pelos historiadores da Action françaisee pelos autores dos Annales. Em dois capítulos distintos,que prenunciam o que viria a ser a história da História, ele analisaa abordagem da História predominante na Idade Média e no período clássico.
Das visões ideológicas da História Ariès faz uma análise tão implacável quanto coerente com sua própria concepção. Ele compara o materialismo histórico com o que chama “o historicismo conservador”, cuja matriz é a “escola capetiana do século 20”. E mostra que, com pontos de partida antagônicos – a nostalgia do passado de um lado e a esperança de uma ruptura radical de outro – as duas correntes confluem em seus princípios fundamentais. Ambas anulam as histórias das comunidades particulares, tornando-as uma história coletiva, a do Estado nacional ou a da humanidade inteira. Ambas pretendem estabelecer leis que regulem as repetições de situações idênticas. Ambas dissolvem as singularidades das existências concretas, seja na abstração das instituições, seja no anonimato das classes: “Aproximar assim Marx e Bainville, para criticá-los, era audacioso e, em todo caso, repudiava a filosofia da história proclamada por aqueles de quem Ariès estava familiar, afetiva e politicamente mais próximo”, escreve no prefácio Roger Chartier.
Características | |
Autor | PHILIPPE ARIÉS |
Biografia | Philippe Ariès (1914-1984) produziu os oito ensaios que compõem esta obra entre 1946 e 1951, sob o impacto da Segunda Guerra Mundial. No livro, ele reflete sobre a História a partir de experiências pessoais, autobiográficas, e analisa as diversas concepções da História então existentes – conservadoras, marxistas, científicas e existenciais. Os textos evidenciam a influência das ideias inovadoras constantes nos Annales, às quais Ariès foi um dos primeiros intelectuais a aderir. Mas também comprovam a originalidade do próprio autor, que propõe uma maneira singular de construir a História: ele parte da própria experiência e leva em conta a perspectiva do tempo presente. Por tais características, Ariès foi repudiado tanto pelos adeptos das escolas conservadoras quanto das escolas marxistas e ignorado pelos grandes editores. No primeiro ensaio, Ariès recorre a suas memórias de infância e adolescência vividas em uma família monarquista para refletir sobre como ele próprio percebe a História. Nos ensaios seguintes examina o modo como a História é avaliada por sua família, pelo meio universitário, pelos historiadores da Action françaisee pelos autores dos Annales. Em dois capítulos distintos,que prenunciam o que viria a ser a história da História, ele analisaa abordagem da História predominante na Idade Média e no período clássico. Das visões ideológicas da História Ariès faz uma análise tão implacável quanto coerente com sua própria concepção. Ele compara o materialismo histórico com o que chama “o historicismo conservador”, cuja matriz é a “escola capetiana do século 20”. E mostra que, com pontos de partida antagônicos – a nostalgia do passado de um lado e a esperança de uma ruptura radical de outro – as duas correntes confluem em seus princípios fundamentais. Ambas anulam as histórias das comunidades particulares, tornando-as uma história coletiva, a do Estado nacional ou a da humanidade inteira. Ambas pretendem estabelecer leis que regulem as repetições de situações idênticas. Ambas dissolvem as singularidades das existências concretas, seja na abstração das instituições, seja no anonimato das classes: “Aproximar assim Marx e Bainville, para criticá-los, era audacioso e, em todo caso, repudiava a filosofia da história proclamada por aqueles de quem Ariès estava familiar, afetiva e politicamente mais próximo”, escreve no prefácio Roger Chartier. |
Comprimento | 30 |
Edição | 1 |
Editora | UNESP |
ISBN | 9788539304714 |
Largura | 20 |
Páginas | 350 |