Neste Palimpsesto (entre Borges, Cabral e outros), Affonso Henrique Vieira da Costa, navegando em mar revolto (com poetas e ficcionistas brasileiros e estrangeiros), nos convida a um mergulho em busca do tempo, do espaço, da memória, da identidade, e de tantas outras temáticas que flutuam paralelamente por seus textos. Através de uma mirada filosófica, o autor vai tecendo palimpsesticamente sua escrita em companhia de Borges, Cabral, Drummond, Clarice, Whitman, Hesse, Cecília, Pessoa, Valéry e tantos outros, refletindo acerca do que a literatura intuitivamente lhe provoca e o que lhe diz a razão: “Escrever não é um ato qualquer. (...) O verdadeiro escritor é aquele que dá liberdade à mão, deixando-a descobrir novos horizontes”, afirma o autor.
Pontuando, aqui ou ali, vez por outra, aparece um poema da lavra do próprio Affonso Henrique. Isso mostra o espírito de perpassamento ou de interpretação interessada, que o autor faz dos poetas com os quais, em felizes acasos, se encontra. Este é o espírito do “Palimpsesto”, o “reescrever por cima, repetindo o processo criador”.