África de Richard Francis Burton, A
África de Richard Francis Burton, A
- EditoraALAMEDA
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R$ 52,00
A África de Richard Francis Burton é um .livro de muitas virtudes e ousadias. Ao enfocar a atuação do viajante Richard Burton na África Ocidental nos anos de 1861 a 1865, o autor se coloca, em primeiro lugar, na posição de contribuir no campo de estudos sobre a atuação deste que foi um dos maiores viajantes de todos os tempos, campo este, por sinal, bastante volumoso no ambiente acadêmico inglês e norte-americano. Isto porque o período de atuação do famoso viajante inglês escolhido por Alex Gebara, aquele no qual ele desempenhou as funções de cônsul na África Ocidental, é o menos estudado.
Considerada com uma fase menor, ofuscada pelas antológicas peregrinação a Meca de 1853 e a expedição em busca das nascentes do Nilo de 1856, o período consular de Burton recebeu pouca atenção de seus biógrafos. De fato, as grandes expedições, elas próprias seguidas pela publicação de relatos de viagem que alcançaram o grande público inglês, além de serem discutidos nas sociedades científicas e aclamados como marcos na literatura de viagem da época, marcaram a trajetória de Burton. Em comparação com estes grandes feitos, o período consular de Burton parece se recolher para as sombras, se caracterizando como uma fase nebulosa.
Na aparente confusão de ideias e teorias adotadas por Burton na análise dos africanos algumas avaliações são surpreendentemente estáveis. A ideia de que mantidas em seu isolamento original, todas as raças possuíam algumas qualidades, mesmo que primitivas. Sendo assim seria o contato com a sociedade europeia – aqui entendido em sentido amplo, tanto como amalgamação social e cultural, como enquanto miscigenação biológica – o grande responsável pela degeneração. Colocados sob pressão de uma civilização adiantada e complexa, os pobres africanos teriam que ser tutelados com mão-de-ferro ou escorregariam para a mais negra barbárie. Em narrativas permeadas de opiniões negativas a respeito da África Ocidental e de seus habitantes, é especialmente notável o desgosto com o qual Richard Burton descreve seus encontros com africanos vestidos à ocidental ou procurando agir como eles. Para Burton, o destino dos africanos deveria se resumir à tutela e ao exotismo e ponto final! Tal posição encontra similaridades a muitas outras que estavam sendo veiculadas no mesmo período em diferentes partes do globo. Na conjuntura das abolições, parece que as sociedades ocidentais sonhavam com um distante passado, verdadeiramente mítico, anterior aos grandes deslocamentos populacionais provocados pelo tráfico de escravos!
Considerada com uma fase menor, ofuscada pelas antológicas peregrinação a Meca de 1853 e a expedição em busca das nascentes do Nilo de 1856, o período consular de Burton recebeu pouca atenção de seus biógrafos. De fato, as grandes expedições, elas próprias seguidas pela publicação de relatos de viagem que alcançaram o grande público inglês, além de serem discutidos nas sociedades científicas e aclamados como marcos na literatura de viagem da época, marcaram a trajetória de Burton. Em comparação com estes grandes feitos, o período consular de Burton parece se recolher para as sombras, se caracterizando como uma fase nebulosa.
Na aparente confusão de ideias e teorias adotadas por Burton na análise dos africanos algumas avaliações são surpreendentemente estáveis. A ideia de que mantidas em seu isolamento original, todas as raças possuíam algumas qualidades, mesmo que primitivas. Sendo assim seria o contato com a sociedade europeia – aqui entendido em sentido amplo, tanto como amalgamação social e cultural, como enquanto miscigenação biológica – o grande responsável pela degeneração. Colocados sob pressão de uma civilização adiantada e complexa, os pobres africanos teriam que ser tutelados com mão-de-ferro ou escorregariam para a mais negra barbárie. Em narrativas permeadas de opiniões negativas a respeito da África Ocidental e de seus habitantes, é especialmente notável o desgosto com o qual Richard Burton descreve seus encontros com africanos vestidos à ocidental ou procurando agir como eles. Para Burton, o destino dos africanos deveria se resumir à tutela e ao exotismo e ponto final! Tal posição encontra similaridades a muitas outras que estavam sendo veiculadas no mesmo período em diferentes partes do globo. Na conjuntura das abolições, parece que as sociedades ocidentais sonhavam com um distante passado, verdadeiramente mítico, anterior aos grandes deslocamentos populacionais provocados pelo tráfico de escravos!
Características | |
Autor | ALEXASANDER GEBARA |
Biografia | A África de Richard Francis Burton é um .livro de muitas virtudes e ousadias. Ao enfocar a atuação do viajante Richard Burton na África Ocidental nos anos de 1861 a 1865, o autor se coloca, em primeiro lugar, na posição de contribuir no campo de estudos sobre a atuação deste que foi um dos maiores viajantes de todos os tempos, campo este, por sinal, bastante volumoso no ambiente acadêmico inglês e norte-americano. Isto porque o período de atuação do famoso viajante inglês escolhido por Alex Gebara, aquele no qual ele desempenhou as funções de cônsul na África Ocidental, é o menos estudado. Considerada com uma fase menor, ofuscada pelas antológicas peregrinação a Meca de 1853 e a expedição em busca das nascentes do Nilo de 1856, o período consular de Burton recebeu pouca atenção de seus biógrafos. De fato, as grandes expedições, elas próprias seguidas pela publicação de relatos de viagem que alcançaram o grande público inglês, além de serem discutidos nas sociedades científicas e aclamados como marcos na literatura de viagem da época, marcaram a trajetória de Burton. Em comparação com estes grandes feitos, o período consular de Burton parece se recolher para as sombras, se caracterizando como uma fase nebulosa. Na aparente confusão de ideias e teorias adotadas por Burton na análise dos africanos algumas avaliações são surpreendentemente estáveis. A ideia de que mantidas em seu isolamento original, todas as raças possuíam algumas qualidades, mesmo que primitivas. Sendo assim seria o contato com a sociedade europeia – aqui entendido em sentido amplo, tanto como amalgamação social e cultural, como enquanto miscigenação biológica – o grande responsável pela degeneração. Colocados sob pressão de uma civilização adiantada e complexa, os pobres africanos teriam que ser tutelados com mão-de-ferro ou escorregariam para a mais negra barbárie. Em narrativas permeadas de opiniões negativas a respeito da África Ocidental e de seus habitantes, é especialmente notável o desgosto com o qual Richard Burton descreve seus encontros com africanos vestidos à ocidental ou procurando agir como eles. Para Burton, o destino dos africanos deveria se resumir à tutela e ao exotismo e ponto final! Tal posição encontra similaridades a muitas outras que estavam sendo veiculadas no mesmo período em diferentes partes do globo. Na conjuntura das abolições, parece que as sociedades ocidentais sonhavam com um distante passado, verdadeiramente mítico, anterior aos grandes deslocamentos populacionais provocados pelo tráfico de escravos! |
Comprimento | 21 |
Edição | 1 |
Editora | ALAMEDA |
ISBN | 9788579390487 |
Largura | 14 |
Páginas | 260 |