Morte Menina, A: Infância e morte infantil no Brasil dos oitocentos (Rio de Janeiro e São Paulo)
Morte Menina, A: Infância e morte infantil no Brasil dos oitocentos (Rio de Janeiro e São Paulo)
- EditoraALAMEDA
- Modelo: 9V90470
- Disponibilidade: Em estoque
R$ 49,30
R$ 58,00
Morte Menina se apresenta como um daqueles trabalhos que surgem com rara assiduidade, destinados a arrebanhar elogios superlativos e leitores fiéis. A começar pelo tema difícil em torno do qual o livro foi construído, a morte infantil, assunto frente o qual, com toda a certeza, a maior parte de nós prefere fugir: de fato, a mera menção de crianças agonizantes ou mortas nos causa tal desconforto que mal podemos considerar a possibilidade de enfrentar o assunto por alguns minutos, quanto mais investir diversos anos a pesquisar uma profusão de registros fúnebres, dedicados a anotar os percalços vividos por nossos antecessores que se defrontavam com a cotidianeidade da morte-menina.
Seguindo pelas fontes utilizadas que por sua fragmentação e morbidez, este tema é capaz de afastar a maior parte dos interessados. Fontes como textos eclesiásticos, que intentavam disciplinar a vivência da morte para os fiéis, tornando sua experiência, tão comum nos tempos anteriores às vacinas, aos procedimentos assépticos e aos antibióticos, suportável, ou os assentamentos de óbitos com sua profusão de mortalhas, elaboradas e coloridas, a serem envergadas pelos pequeninos falecidos, ainda compromissos de irmandades, discriminando minuciosamente os procedimentos funerais devidos aos parvos, somadas as teses médicas sobre aborto, cesariana e embriotomia.
Sem perder o rigor acadêmico, o que surge das páginas deste livro é quase uma elegia à infância de outros tempos, ameaçada pela constância da morte e vivida sob o olhar cuidadoso de adultos sobressaltados pelos perigos da perda, mas ainda assim, infância. A morte-andorinha que a acompanhava, como a denominou o poeta Álvares de Azevedo, atormentado a vida toda pela visão do corpo do irmãozinho precocemente falecido, transformada em festa para os olhos e para a memória, que podia ser, assim, relembrada para sempre. Assim o fez Luiz Vailati em Morte Menina, reconstituindo concepções, formas de viver e de morrer há muito perdidas para nós contemporâneos, cada vez mais temerosos dos registros definitivos.
Seguindo pelas fontes utilizadas que por sua fragmentação e morbidez, este tema é capaz de afastar a maior parte dos interessados. Fontes como textos eclesiásticos, que intentavam disciplinar a vivência da morte para os fiéis, tornando sua experiência, tão comum nos tempos anteriores às vacinas, aos procedimentos assépticos e aos antibióticos, suportável, ou os assentamentos de óbitos com sua profusão de mortalhas, elaboradas e coloridas, a serem envergadas pelos pequeninos falecidos, ainda compromissos de irmandades, discriminando minuciosamente os procedimentos funerais devidos aos parvos, somadas as teses médicas sobre aborto, cesariana e embriotomia.
Sem perder o rigor acadêmico, o que surge das páginas deste livro é quase uma elegia à infância de outros tempos, ameaçada pela constância da morte e vivida sob o olhar cuidadoso de adultos sobressaltados pelos perigos da perda, mas ainda assim, infância. A morte-andorinha que a acompanhava, como a denominou o poeta Álvares de Azevedo, atormentado a vida toda pela visão do corpo do irmãozinho precocemente falecido, transformada em festa para os olhos e para a memória, que podia ser, assim, relembrada para sempre. Assim o fez Luiz Vailati em Morte Menina, reconstituindo concepções, formas de viver e de morrer há muito perdidas para nós contemporâneos, cada vez mais temerosos dos registros definitivos.
Características | |
Autor | LUIZ LIMA VAILATI |
Biografia | Morte Menina se apresenta como um daqueles trabalhos que surgem com rara assiduidade, destinados a arrebanhar elogios superlativos e leitores fiéis. A começar pelo tema difícil em torno do qual o livro foi construído, a morte infantil, assunto frente o qual, com toda a certeza, a maior parte de nós prefere fugir: de fato, a mera menção de crianças agonizantes ou mortas nos causa tal desconforto que mal podemos considerar a possibilidade de enfrentar o assunto por alguns minutos, quanto mais investir diversos anos a pesquisar uma profusão de registros fúnebres, dedicados a anotar os percalços vividos por nossos antecessores que se defrontavam com a cotidianeidade da morte-menina. Seguindo pelas fontes utilizadas que por sua fragmentação e morbidez, este tema é capaz de afastar a maior parte dos interessados. Fontes como textos eclesiásticos, que intentavam disciplinar a vivência da morte para os fiéis, tornando sua experiência, tão comum nos tempos anteriores às vacinas, aos procedimentos assépticos e aos antibióticos, suportável, ou os assentamentos de óbitos com sua profusão de mortalhas, elaboradas e coloridas, a serem envergadas pelos pequeninos falecidos, ainda compromissos de irmandades, discriminando minuciosamente os procedimentos funerais devidos aos parvos, somadas as teses médicas sobre aborto, cesariana e embriotomia. Sem perder o rigor acadêmico, o que surge das páginas deste livro é quase uma elegia à infância de outros tempos, ameaçada pela constância da morte e vivida sob o olhar cuidadoso de adultos sobressaltados pelos perigos da perda, mas ainda assim, infância. A morte-andorinha que a acompanhava, como a denominou o poeta Álvares de Azevedo, atormentado a vida toda pela visão do corpo do irmãozinho precocemente falecido, transformada em festa para os olhos e para a memória, que podia ser, assim, relembrada para sempre. Assim o fez Luiz Vailati em Morte Menina, reconstituindo concepções, formas de viver e de morrer há muito perdidas para nós contemporâneos, cada vez mais temerosos dos registros definitivos. |
Comprimento | 21 |
Edição | 1 |
Editora | ALAMEDA |
ISBN | 9788579390470 |
Largura | 14 |
Páginas | 362 |