Revoluções do Poder, As
Este trabalho de Eunice Ostrensky, sobre o pensamento político durante a Revolução Inglesa de 1640, é notável não só pela elegância e sutileza, mas por seu agudo senso histórico. A autora reconstrói os acirrados debates do tempo inspirada em dois pressupostos. Primeiro, que o pensamento político não nasce do puro céu das idéias, como se fosse invenção exclusiva de filósofos, mas da linguagem ordinária. Segundo, que a teoria política, sendo uma atividade prática, deve ser vista como um discurso, e não apenas uma tentativa de representar o real. O pensamento político nutre-se da linguagem que os homens empregam no dia a dia para travar seus combates: essa é sua matéria prima. E porque a política é combate, a teoria política é ao mesmo tempo um esquema de conceitos e um discurso, arma das mais poderosas do próprio combate.
Falamos da linguagem do dia a dia e do discurso como matéria-prima e forma da teoria política. Concretamente, como isso pode ajudar a fazer a história das ideias? O trabalho exige um trabalho de pesquisa documental, pois não se deve limitar-se aos grandes autores e seus textos consagrados. É preciso mergulhar naquilo que mais se aproxima da linguagem ordinária: o panfleto, o jornal, os documentos de governo, enfim esses tijolinhos do pensamento político. Os resultados desse esforço não poderiam ser mais gratificantes. A autora reconstitui e esclarece com muita habilidade o vocabulário político polarizado do tempo, marcado pelo discurso “da ordem e da subordinação”, o discurso da “resistência” e o discurso “constitucionalista”. E então mostra como, no desenrolar dessa dialética, a revolução inglesa termina por nos legar duas teorias políticas secularistas, embora opostas, do poder legítimo: uma conservadora, capitaneada por Thomas Hobbes, e uma democrática, introduzida pelos Levellers. Aliás, por reunir singularmente o combate de carne e osso com uma verdadeira “tempestade de papel e tinta”, Eunice não poderia ter escolhido melhor contexto histórico para explorar sua perspectiva.
Falamos da linguagem do dia a dia e do discurso como matéria-prima e forma da teoria política. Concretamente, como isso pode ajudar a fazer a história das ideias? O trabalho exige um trabalho de pesquisa documental, pois não se deve limitar-se aos grandes autores e seus textos consagrados. É preciso mergulhar naquilo que mais se aproxima da linguagem ordinária: o panfleto, o jornal, os documentos de governo, enfim esses tijolinhos do pensamento político. Os resultados desse esforço não poderiam ser mais gratificantes. A autora reconstitui e esclarece com muita habilidade o vocabulário político polarizado do tempo, marcado pelo discurso “da ordem e da subordinação”, o discurso da “resistência” e o discurso “constitucionalista”. E então mostra como, no desenrolar dessa dialética, a revolução inglesa termina por nos legar duas teorias políticas secularistas, embora opostas, do poder legítimo: uma conservadora, capitaneada por Thomas Hobbes, e uma democrática, introduzida pelos Levellers. Aliás, por reunir singularmente o combate de carne e osso com uma verdadeira “tempestade de papel e tinta”, Eunice não poderia ter escolhido melhor contexto histórico para explorar sua perspectiva.
Características | |
Autor | EUNICE OSTRENSKY |
Biografia | Este trabalho de Eunice Ostrensky, sobre o pensamento político durante a Revolução Inglesa de 1640, é notável não só pela elegância e sutileza, mas por seu agudo senso histórico. A autora reconstrói os acirrados debates do tempo inspirada em dois pressupostos. Primeiro, que o pensamento político não nasce do puro céu das idéias, como se fosse invenção exclusiva de filósofos, mas da linguagem ordinária. Segundo, que a teoria política, sendo uma atividade prática, deve ser vista como um discurso, e não apenas uma tentativa de representar o real. O pensamento político nutre-se da linguagem que os homens empregam no dia a dia para travar seus combates: essa é sua matéria prima. E porque a política é combate, a teoria política é ao mesmo tempo um esquema de conceitos e um discurso, arma das mais poderosas do próprio combate. Falamos da linguagem do dia a dia e do discurso como matéria-prima e forma da teoria política. Concretamente, como isso pode ajudar a fazer a história das ideias? O trabalho exige um trabalho de pesquisa documental, pois não se deve limitar-se aos grandes autores e seus textos consagrados. É preciso mergulhar naquilo que mais se aproxima da linguagem ordinária: o panfleto, o jornal, os documentos de governo, enfim esses tijolinhos do pensamento político. Os resultados desse esforço não poderiam ser mais gratificantes. A autora reconstitui e esclarece com muita habilidade o vocabulário político polarizado do tempo, marcado pelo discurso “da ordem e da subordinação”, o discurso da “resistência” e o discurso “constitucionalista”. E então mostra como, no desenrolar dessa dialética, a revolução inglesa termina por nos legar duas teorias políticas secularistas, embora opostas, do poder legítimo: uma conservadora, capitaneada por Thomas Hobbes, e uma democrática, introduzida pelos Levellers. Aliás, por reunir singularmente o combate de carne e osso com uma verdadeira “tempestade de papel e tinta”, Eunice não poderia ter escolhido melhor contexto histórico para explorar sua perspectiva. |
Comprimento | 21 |
Edição | 1 |
Editora | ALAMEDA |
ISBN | 9788598325231 |
Largura | 14 |
Páginas | 344 |