Em meio a um cenário global marcado pela sobreposição de crises políticas, econômicas e sanitárias, a próxima edição da Margem Esquerda se propõe a analisar os impasses e as potencialidades da atual encruzilhada a partir dos motins e insurreições que irrompem no horizonte social. É esse eixo que articula os ensaios de fôlego de Anselm Jappe, David Harvey, Michael Löwy, Tithi Bhattacharya, Carlos Eduardo Martins, Noam Chomsky, Rejane Carolina Hoeveler, Maria Beatriz Oliveira da Silva e Thomaz Delgado. O dossiê de capa, “Crise, neoliberalismo e insurreições populares”, coordenado por Luiz Felipe Osório, é costurado por um poderoso ensaio visual da artista plástica chilena Sandra Vásquez de la Horra.


O número abre com uma longa entrevista com o filósofo brasileiro João Quartim de Moraes, realizada por Fábio Mascaro Querido. Apesar de realizada remotamente, a conversa não perdeu em nada a força, a riqueza de informações e a fina ironia desse marxista. Rolf Hecker e Paulo Silveira oferecem, de perspectivas diversas, releituras originais dos textos tardios de Karl Marx. João Alexandre Peschanski investiga a teoria da transformação social na obra de Erik Olin Wright, um ano depois da morte do sociólogo marxista estadunidense, e Maria Arminda do Nascimento Arruda se debruça sobre o a relevância de Florestan Fernandes para atualidade no bicentenário de nascimento do gigante sociólogo brasileiro.

Para comemorar os 150 anos de nascimento do líder da Revolução de Outubro, o historiador Luiz Bernardo Pericás recupera e apresenta o ensaio “Presença de Lênin”, de Jacob Gorender. Já os cem anos de Celso Furtado são lembrados com a publicação de uma transcrição inédita de sua conferência “Brasil: opções futuras”, apresentada por Gilberto Bercovici.