A vingança da história
"Quase se conta nos dedos das mãos o número daqueles que procuram, no Brasil, pensar a política, pensar o próprio país. Isso explica, em grande parte, a falta de uma formulação prévia da esquerda para sua chegada ao poder, por intermédio do Partido dos Trabalhadores, com a tarefa de descer a cortina sobre o neoliberalismo, fechar as portas ao Consenso de Washington e iniciar o erguimento de um Brasil mais justo consigo e com os seus.
A crítica acadêmica ao neoliberalismo do governo de Fernando Henrique Cardoso não foi escassa (embora devesse ser muito mais farta), mas não se aproximou sequer do esboço de teorização da perspectiva de pós-neoliberalismo. Emir Sader, caso raro de conjugação da atividade intelectual, intensa e brilhante, com a militância política ininterrupta, faz neste A vingança da história uma reflexão extensa e intensa, contextual e também histórica, sobre as condições nacionais e internacionais em que se manifesta a carência teórica e vivencial da esquerda. Em suas palavras, `não para suprir essas deficiências, mas para apontar o marco histórico em que vivemos e ajudar a desenhar os novos espaços em que essas novas práticas políticas e teóricas devem se dar`.
É claro que a motivação reflexiva de Emir Sader tem relação direta com as dificuldades de Lula e sua equipe para encontrar o `jeito petista de ser` governo. Mas o percurso para chegar a essa perplexidade do próprio presidente, do PT e, com maior intensidade traumática, do eleitorado vitorioso e frustrado (por ora?), fez-se através de fatores históricos e sociológicos que levam A vingança da história a considerações que vão da extinção da União Soviética ao Fórum Social Mundial de Porto Alegre, da falência do modelo neoliberal aos novos conceitos de guerra, e ao futuro - que Brasil é esse, deixado pelo governo Fernando Henrique Cardoso e sua associação à hegemonia unipolar dos Estados Unidos, e o que pode ser o pós-neoliberalismo com Lula? Diante de tal questão, quais são os enigmas diante dos quais a esquerda, brasileira e latino-americana, não está paralisada, mas está aturdida?
É urgente pensar, antes que a história produza mais uma vingança."
Jânio de Freitas
Sobre o autor
Emir Sader nasceu em São Paulo, em 1943. Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, é jornalista, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ. Publicou, entre muitos outros, os livros O poder, cadê o poder? - ensaios para uma nova esquerda, Contraversões: civilização ou barbárie na virada do século (em co-autoria com Frei Betto) e Século XX: uma biografia não autorizada - os dois primeiros pela Boitempo, onde também coordena a coleção Paulicéia.
A crítica acadêmica ao neoliberalismo do governo de Fernando Henrique Cardoso não foi escassa (embora devesse ser muito mais farta), mas não se aproximou sequer do esboço de teorização da perspectiva de pós-neoliberalismo. Emir Sader, caso raro de conjugação da atividade intelectual, intensa e brilhante, com a militância política ininterrupta, faz neste A vingança da história uma reflexão extensa e intensa, contextual e também histórica, sobre as condições nacionais e internacionais em que se manifesta a carência teórica e vivencial da esquerda. Em suas palavras, `não para suprir essas deficiências, mas para apontar o marco histórico em que vivemos e ajudar a desenhar os novos espaços em que essas novas práticas políticas e teóricas devem se dar`.
É claro que a motivação reflexiva de Emir Sader tem relação direta com as dificuldades de Lula e sua equipe para encontrar o `jeito petista de ser` governo. Mas o percurso para chegar a essa perplexidade do próprio presidente, do PT e, com maior intensidade traumática, do eleitorado vitorioso e frustrado (por ora?), fez-se através de fatores históricos e sociológicos que levam A vingança da história a considerações que vão da extinção da União Soviética ao Fórum Social Mundial de Porto Alegre, da falência do modelo neoliberal aos novos conceitos de guerra, e ao futuro - que Brasil é esse, deixado pelo governo Fernando Henrique Cardoso e sua associação à hegemonia unipolar dos Estados Unidos, e o que pode ser o pós-neoliberalismo com Lula? Diante de tal questão, quais são os enigmas diante dos quais a esquerda, brasileira e latino-americana, não está paralisada, mas está aturdida?
É urgente pensar, antes que a história produza mais uma vingança."
Jânio de Freitas
Sobre o autor
Emir Sader nasceu em São Paulo, em 1943. Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, é jornalista, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ. Publicou, entre muitos outros, os livros O poder, cadê o poder? - ensaios para uma nova esquerda, Contraversões: civilização ou barbárie na virada do século (em co-autoria com Frei Betto) e Século XX: uma biografia não autorizada - os dois primeiros pela Boitempo, onde também coordena a coleção Paulicéia.
Características | |
Autor | Emir Sader |
Biografia | "Quase se conta nos dedos das mãos o número daqueles que procuram, no Brasil, pensar a política, pensar o próprio país. Isso explica, em grande parte, a falta de uma formulação prévia da esquerda para sua chegada ao poder, por intermédio do Partido dos Trabalhadores, com a tarefa de descer a cortina sobre o neoliberalismo, fechar as portas ao Consenso de Washington e iniciar o erguimento de um Brasil mais justo consigo e com os seus. A crítica acadêmica ao neoliberalismo do governo de Fernando Henrique Cardoso não foi escassa (embora devesse ser muito mais farta), mas não se aproximou sequer do esboço de teorização da perspectiva de pós-neoliberalismo. Emir Sader, caso raro de conjugação da atividade intelectual, intensa e brilhante, com a militância política ininterrupta, faz neste A vingança da história uma reflexão extensa e intensa, contextual e também histórica, sobre as condições nacionais e internacionais em que se manifesta a carência teórica e vivencial da esquerda. Em suas palavras, `não para suprir essas deficiências, mas para apontar o marco histórico em que vivemos e ajudar a desenhar os novos espaços em que essas novas práticas políticas e teóricas devem se dar`. É claro que a motivação reflexiva de Emir Sader tem relação direta com as dificuldades de Lula e sua equipe para encontrar o `jeito petista de ser` governo. Mas o percurso para chegar a essa perplexidade do próprio presidente, do PT e, com maior intensidade traumática, do eleitorado vitorioso e frustrado (por ora?), fez-se através de fatores históricos e sociológicos que levam A vingança da história a considerações que vão da extinção da União Soviética ao Fórum Social Mundial de Porto Alegre, da falência do modelo neoliberal aos novos conceitos de guerra, e ao futuro - que Brasil é esse, deixado pelo governo Fernando Henrique Cardoso e sua associação à hegemonia unipolar dos Estados Unidos, e o que pode ser o pós-neoliberalismo com Lula? Diante de tal questão, quais são os enigmas diante dos quais a esquerda, brasileira e latino-americana, não está paralisada, mas está aturdida? É urgente pensar, antes que a história produza mais uma vingança." Jânio de Freitas Sobre o autor Emir Sader nasceu em São Paulo, em 1943. Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, é jornalista, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ. Publicou, entre muitos outros, os livros O poder, cadê o poder? - ensaios para uma nova esquerda, Contraversões: civilização ou barbárie na virada do século (em co-autoria com Frei Betto) e Século XX: uma biografia não autorizada - os dois primeiros pela Boitempo, onde também coordena a coleção Paulicéia. |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | BOITEMPO |
ISBN | 9788575590270 |
Largura | 16 |
Páginas | 200 |