Antropologia e Identificação: Os Antropólogos e A Definição

Antropologia e Identificação: Os Antropólogos e A Definição

Antropologia e Identificação: Os Antropólogos e A Definição

  • EditoraCONTRA CAPA
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Antropologia e identificação: os antropólogos e a identificação de terras indígenas no Brasil, 1977-2002 reúne contribuições que procuram ampliar a compreensão sociológica da prática jurídico-administrativa da identificação das terras indígenas no Brasil, que tem se revelado cada vez mais uma megaoperação de codificação governamental de demandas territoriais e culturais de povos indígenas, veiculando efeitos de Estado de enorme importância. Os autores procuram pesar o que mudou e o que permaneceu em relação ao cenário dos anos 1980 até o início dos anos 1990 (o imediato pós-Constituinte) não só em termos dos elementos mais evidentes relativos às práticas administrativas chamadas de estudos de identificação , como também em relação à configuração política em que se enquadram. Os estudos aqui reunidos buscam, ainda, pensar sobre as mudanças e as permanências na própria disciplina antropologia e na formação do antropólogo, considerando a sua definição progressiva como profissional e técnico pelas instâncias administrativas que demandam a sua expertise , bem como o papel multifuncional que cada vez mais é chamado a desempenhar como perito em processos jurídicos-administrativos, como gestor de conflitos de significação entre partes variadas e como executor de ações de intervenção social.

Destacam também o quanto a formação acadêmica universitária atual continua a dar pouca ênfase a aspectos da disciplina que contribuíram sobremaneira para uma menor plerplexidade do recém-formado nesse exercício profissional de caráter “prático”, embora não menos reflexivo que o “acadêmico”, já que hoje este fazer segue muitas vezes as veredas que se abrem (ainda que não se as declarem ou as pensem analiticamente) ao exercício real da pesquisa etnográfica em contextos como os abordados neste livro. Os textos aqui contidos permitem, pois, alguns relances quanto ao fazer antropológico no Brasil dos anos 1990, de certo a serem analiticamente perseguidos em outras publicações similares, consolidando um material imprescindível à formação de novos praticantes.

A identificação é a etapa administrativa inicial das intervenções governamentais que definem porções do território brasileiro como terras indígenas, sendo tais procedimentos administrativos aspectos do processo de territorialização contemporâneo dos povos indígenas em nosso país. Os antropólogos têm importância fundamental nessa etapa, assim como em outras práticas administrativas que estabelecem direitos culturalmente diferenciados. Conhecê-la nos diz muito das crenças, dos valores e das representações entretecidos em práticas e dispositivos vigentes em toda ação fundiária governamental. Permite também entender como é concebida, pelos gestores governamentais, a participação da antropologia e dos antropólogos (inclusive por eles mesmos) nessas ações de governo, bem como lança pistas importantes sobre como esses profissionais se auto-representam em face dos trabalhos que demandam sua expertise.
Características
Autor ANTONIO C.DE SOUZA LIMA/HENYO TRINDADE B.FILH
Biografia Antropologia e identificação: os antropólogos e a identificação de terras indígenas no Brasil, 1977-2002 reúne contribuições que procuram ampliar a compreensão sociológica da prática jurídico-administrativa da identificação das terras indígenas no Brasil, que tem se revelado cada vez mais uma megaoperação de codificação governamental de demandas territoriais e culturais de povos indígenas, veiculando efeitos de Estado de enorme importância. Os autores procuram pesar o que mudou e o que permaneceu em relação ao cenário dos anos 1980 até o início dos anos 1990 (o imediato pós-Constituinte) não só em termos dos elementos mais evidentes relativos às práticas administrativas chamadas de estudos de identificação , como também em relação à configuração política em que se enquadram. Os estudos aqui reunidos buscam, ainda, pensar sobre as mudanças e as permanências na própria disciplina antropologia e na formação do antropólogo, considerando a sua definição progressiva como profissional e técnico pelas instâncias administrativas que demandam a sua expertise , bem como o papel multifuncional que cada vez mais é chamado a desempenhar como perito em processos jurídicos-administrativos, como gestor de conflitos de significação entre partes variadas e como executor de ações de intervenção social.

Destacam também o quanto a formação acadêmica universitária atual continua a dar pouca ênfase a aspectos da disciplina que contribuíram sobremaneira para uma menor plerplexidade do recém-formado nesse exercício profissional de caráter “prático”, embora não menos reflexivo que o “acadêmico”, já que hoje este fazer segue muitas vezes as veredas que se abrem (ainda que não se as declarem ou as pensem analiticamente) ao exercício real da pesquisa etnográfica em contextos como os abordados neste livro. Os textos aqui contidos permitem, pois, alguns relances quanto ao fazer antropológico no Brasil dos anos 1990, de certo a serem analiticamente perseguidos em outras publicações similares, consolidando um material imprescindível à formação de novos praticantes.

A identificação é a etapa administrativa inicial das intervenções governamentais que definem porções do território brasileiro como terras indígenas, sendo tais procedimentos administrativos aspectos do processo de territorialização contemporâneo dos povos indígenas em nosso país. Os antropólogos têm importância fundamental nessa etapa, assim como em outras práticas administrativas que estabelecem direitos culturalmente diferenciados. Conhecê-la nos diz muito das crenças, dos valores e das representações entretecidos em práticas e dispositivos vigentes em toda ação fundiária governamental. Permite também entender como é concebida, pelos gestores governamentais, a participação da antropologia e dos antropólogos (inclusive por eles mesmos) nessas ações de governo, bem como lança pistas importantes sobre como esses profissionais se auto-representam em face dos trabalhos que demandam sua expertise.
Comprimento 21
Editora CONTRA CAPA
ISBN 9788577400089
Largura 14
Páginas 448

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