Os motoboys de São Paulo e a produção de táticas e estratégias na realização das práticas cotidianas
Os motoboys de São Paulo e a produção de táticas e estratégias na realização das práticas cotidianas
- EditoraEDITORA FILOCZAR
- Modelo: FILO17492
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R$ 54,00
R$ 60,00
As transformações do mercado de trabalho nas últimas décadas representaram um enxugamento de postos de trabalho formais e aumento da informalidade, da ideia do empreendedorismo (auto empreendedorismo) e da precarização. Nesse cenário, não tão recente, sem ter muitas opções de onde procurar uma ocupação, as pessoas recorrem às ruas da cidade para construir possibilidades de trabalho e renda. Elas usam o espaço urbano de forma criativa, aproveitam-se de sua configuração técnica, científica e informacional, previamente definidas, para conseguir alguns pequenos ganhos em sua luta pela sobrevivência em um ambiente, muitas vezes aversivo e hostil. [...] O motoboy inseriu eficiência a um espaço marcado pelo engarrafamento, pela dificuldade de garantir um fluxo adequado ao ritmo produtivo e assim permitiu não só que coisas fossem entregues e os negócios não parassem seu desenvolvimento, mas também, permitiu à sociedade como um todo a construção e a sustentação de inúmeros fatores que são a base de nosso estilo de vida. Muitos não gostam de sua presença nas ruas da cidade, contudo nem imaginam que seu sonho de viver sem eles passando velozmente e ruidosamente pelos “corredores” entre os carros, representaria um pesadelo de rever todo o nosso cotidiano e repensar o projeto político, econômico e social de nosso país: o motoboy não é a solução da pizzaria da esquina para incrementar seus negócios, é uma adaptação espacial, ele é parte de uma realidade dinâmica que sustenta nossa adequação local aos imperativos globais. Para aqueles que recentemente passaram a se interessar por essas questões e talvez só consigam vislumbrar isso olhando para os aplicativos e para as formas de trabalho que surgiram das plataformas virtuais, podemos dizer que os préstimos desses profissionais à cidade de São Paulo, dentre outros, começaram muito antes da digitalização da economia e da “popularização” da internet. Neste livro, buscamos compreender, através da convivência com estes profissionais, a complexidade da relação entre eles e a cidade de São Paulo, entre os anos de 2007 e 2010. Muitas das questões levantadas a dez anos atrás permanecem atuais e nos permitem compreender a situação da categoria frente ao mundo do trabalho (uberizado ou se uberizando) e frente a tantas outra coisas, como a Pandemia, que se abateu sobre o mundo e tem explicitado antigas questões. Trata-se de um convite a uma reflexão marcada pela fala destes trabalhadores que nos recontaram o futuro, o presente e o passado enquanto conversávamos sobre suas práticas cotidianas como trabalhadores nas ruas da maior metrópole de nosso país.
Características | |
Autor | Matheus Fernandes de Castro |
Biografia | As transformações do mercado de trabalho nas últimas décadas representaram um enxugamento de postos de trabalho formais e aumento da informalidade, da ideia do empreendedorismo (auto empreendedorismo) e da precarização. Nesse cenário, não tão recente, sem ter muitas opções de onde procurar uma ocupação, as pessoas recorrem às ruas da cidade para construir possibilidades de trabalho e renda. Elas usam o espaço urbano de forma criativa, aproveitam-se de sua configuração técnica, científica e informacional, previamente definidas, para conseguir alguns pequenos ganhos em sua luta pela sobrevivência em um ambiente, muitas vezes aversivo e hostil. [...] O motoboy inseriu eficiência a um espaço marcado pelo engarrafamento, pela dificuldade de garantir um fluxo adequado ao ritmo produtivo e assim permitiu não só que coisas fossem entregues e os negócios não parassem seu desenvolvimento, mas também, permitiu à sociedade como um todo a construção e a sustentação de inúmeros fatores que são a base de nosso estilo de vida. Muitos não gostam de sua presença nas ruas da cidade, contudo nem imaginam que seu sonho de viver sem eles passando velozmente e ruidosamente pelos “corredores” entre os carros, representaria um pesadelo de rever todo o nosso cotidiano e repensar o projeto político, econômico e social de nosso país: o motoboy não é a solução da pizzaria da esquina para incrementar seus negócios, é uma adaptação espacial, ele é parte de uma realidade dinâmica que sustenta nossa adequação local aos imperativos globais. Para aqueles que recentemente passaram a se interessar por essas questões e talvez só consigam vislumbrar isso olhando para os aplicativos e para as formas de trabalho que surgiram das plataformas virtuais, podemos dizer que os préstimos desses profissionais à cidade de São Paulo, dentre outros, começaram muito antes da digitalização da economia e da “popularização” da internet. Neste livro, buscamos compreender, através da convivência com estes profissionais, a complexidade da relação entre eles e a cidade de São Paulo, entre os anos de 2007 e 2010. Muitas das questões levantadas a dez anos atrás permanecem atuais e nos permitem compreender a situação da categoria frente ao mundo do trabalho (uberizado ou se uberizando) e frente a tantas outra coisas, como a Pandemia, que se abateu sobre o mundo e tem explicitado antigas questões. Trata-se de um convite a uma reflexão marcada pela fala destes trabalhadores que nos recontaram o futuro, o presente e o passado enquanto conversávamos sobre suas práticas cotidianas como trabalhadores nas ruas da maior metrópole de nosso país. |
Comprimento | 21 |
Edição | 1 |
Editora | EDITORA FILOCZAR |
ISBN | 9786587117492 |
Largura | 14 |
Páginas | 220 |