Relatos de viajantes alemães no Brasil oitocentista: Um estudo interdisciplinar
Relatos de viajantes alemães no Brasil oitocentista: Um estudo interdisciplinar
- Editora7 LETRAS
- Modelo: 9553872
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Relatos de viagens efetivamente realizadas por estrangeiros no Brasil são reconhecidos como fontes fundamentais para o estudo da história do Brasil oitocentista. Isso reconhecem-no não somente os historiadores, mas também estudiosos das diferentes disciplinas abrigadas sob o campo das “ciências sociais”. Importa reconhecer, entretanto, que a crescente importância atribuída a esses corpora como fontes privilegiadas de informações para as diferentes áreas acadêmicas no Brasil deveu-se menos à descoberta e/ou disponibilização de novos relatos – seja em língua estrangeira ou em traduções – do que ao surgimento de novas teorias sobre linguagem e discurso, bem como à construção de novas angulações e metodologias na abordagem desses corpora. Tais novidades teóricas e metodológicas vêm lançando novas luzes sobre aspectos fundamentais envolvidos nessa abordagem, dos quais dois aqui se destacam. O primeiro, o entendimento do relato de viagem como ação social concreta, ativa, e não como exclusiva prática de representação. Este entendimento vem permitindo a ultrapassagem de concepções historiográficas tradicionais que tomam o relato exclusivamente como mero receptáculo de algo inteiramente pré-constituído fora dele. Com isso, a prática discursiva do viajante vem sendo abordada em termos de sua espessura histórica concreta. O segundo aspecto, corolário do primeiro, é o reconhecimento crítico de como os relatos de viajantes naturalizam a todo instante valores eurocêntricos como “universais”, e das consequências ideológicas de tal naturalização até os dias de hoje.
O presente livro propõe uma abordagem interdisciplinar desses objetos, ainda que invoque para isso centralmente dois campos fundamentais – a história e os estudos sobre linguagem e discurso. Ao apresentar estudos de caso de três viajantes alemães no Brasil do Oitocentos, ilustrados na parte final do livro com excertos por ele traduzidos, o autor salienta alguns elementos históricos e ideológicos que os engendraram, flagrando-os como metanarrativas nacionais atravessadas por um traço comum: todos precisavam do “exótico”, do “outro” não europeu para a afirmação de suas respectivas identidades nacionais.
O presente livro propõe uma abordagem interdisciplinar desses objetos, ainda que invoque para isso centralmente dois campos fundamentais – a história e os estudos sobre linguagem e discurso. Ao apresentar estudos de caso de três viajantes alemães no Brasil do Oitocentos, ilustrados na parte final do livro com excertos por ele traduzidos, o autor salienta alguns elementos históricos e ideológicos que os engendraram, flagrando-os como metanarrativas nacionais atravessadas por um traço comum: todos precisavam do “exótico”, do “outro” não europeu para a afirmação de suas respectivas identidades nacionais.
Características | |
Autor | Luiz Barros Montez |
Biografia | Relatos de viagens efetivamente realizadas por estrangeiros no Brasil são reconhecidos como fontes fundamentais para o estudo da história do Brasil oitocentista. Isso reconhecem-no não somente os historiadores, mas também estudiosos das diferentes disciplinas abrigadas sob o campo das “ciências sociais”. Importa reconhecer, entretanto, que a crescente importância atribuída a esses corpora como fontes privilegiadas de informações para as diferentes áreas acadêmicas no Brasil deveu-se menos à descoberta e/ou disponibilização de novos relatos – seja em língua estrangeira ou em traduções – do que ao surgimento de novas teorias sobre linguagem e discurso, bem como à construção de novas angulações e metodologias na abordagem desses corpora. Tais novidades teóricas e metodológicas vêm lançando novas luzes sobre aspectos fundamentais envolvidos nessa abordagem, dos quais dois aqui se destacam. O primeiro, o entendimento do relato de viagem como ação social concreta, ativa, e não como exclusiva prática de representação. Este entendimento vem permitindo a ultrapassagem de concepções historiográficas tradicionais que tomam o relato exclusivamente como mero receptáculo de algo inteiramente pré-constituído fora dele. Com isso, a prática discursiva do viajante vem sendo abordada em termos de sua espessura histórica concreta. O segundo aspecto, corolário do primeiro, é o reconhecimento crítico de como os relatos de viajantes naturalizam a todo instante valores eurocêntricos como “universais”, e das consequências ideológicas de tal naturalização até os dias de hoje. O presente livro propõe uma abordagem interdisciplinar desses objetos, ainda que invoque para isso centralmente dois campos fundamentais – a história e os estudos sobre linguagem e discurso. Ao apresentar estudos de caso de três viajantes alemães no Brasil do Oitocentos, ilustrados na parte final do livro com excertos por ele traduzidos, o autor salienta alguns elementos históricos e ideológicos que os engendraram, flagrando-os como metanarrativas nacionais atravessadas por um traço comum: todos precisavam do “exótico”, do “outro” não europeu para a afirmação de suas respectivas identidades nacionais. |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | 7 LETRAS |
ISBN | 9786559053872 |
Largura | 16 |
Páginas | 336 |