Critica A Razão Dualista/ornitorrin
Critica A Razão Dualista/ornitorrin
- EditoraBOITEMPO
- Modelo: 67-0064
- Disponibilidade: Em estoque
R$ 37,60
R$ 47,00
Publicado primeiramente como um ensaio, em 1972, com o título "A economia brasileira: crítica à razão dualista", este clássico da reflexão sobre o Brasil foi transformado em livro em 1973. Trinta anos depois, é reeditado pela Boitempo, batizado simplesmente de "Crítica à razão dualista". Somam-se a ele neste volume o ensaio "O ornitorrinco", também de Francisco de Oliveira, e o "Prefácio com perguntas", de Roberto Schwarz.
Em Crítica à razão dualista, Chico de Oliveira propôs uma nova forma de pensar a economia brasileira, oposta à da intelectualidade da época que, ao mesmo tempo em que denunciava a miséria em que vivia (ainda vive) a maior parte da população latino-americana, mantinha seu esquema teórico amarrado à economia de mercado. Essa dualidade, segundo Chico, "reconciliava o suposto rigor científico das análises com a consciência moral", levando a proposições reformistas que reduziam a luta de classes à demanda.
Crítica à razão dualista tenta apanhar esses caminhos cruzados: como "crítica, ela pertence ao campo marxista; como especificidade, pertence ao campo cepalino. Quanto à teoria do subdesenvolvimento, ela seria em parte responsável pela não formulação de uma análise do capitalismo no Brasil".
Três décadas depois, a obra de Chico de Oliveira continua sua busca pela intersecção permanente entre a política, a economia e a sociedade brasileira e seus conflitos. Foi assim que ele promoveu a atualização de sua Crítica, escrevendo O ornitorrinco, nome que deu ao Brasil de hoje, sob o signo de Darwin: "altamente urbanizado, pouca força de trabalho e população no campo, dunque nenhum resíduo pré-capitalista; ao contrário, um forte agrobusiness. Um setor industrial da segunda Revolução Industrial completo, avançando, tatibitate, pela terceira revolução, a molecular-digital ou informática. (...) Mas esta é a descrição de um animal cuja `evolução` seguiu todos os passos da família! Como primata ele já é quase Homo sapiens! Parece dispor de `consciência`, pois se democratizou há já quase três décadas. Falta-lhe, ainda, produzir conhecimento, ciência e técnica: basicamente segue copiando, mas a decifração do genoma da Xylella fastidiosa mostra que não está muito longe de avanços fundamentais no campo da biogenética; espera-se apenas que não resolva se autoclonar, perpetuando o ornitorrinco".
Esse bicho, que não é isso nem aquilo – um animal improvável na escala da evolução –, foi a forma encontrada por Chico para qualificar a espécie de capitalismo que se gerou no país e que não dá mostras de mudança no momento mesmo em que o Partido dos Trabalhadores chega à Presidência da República.
Somado aos dois ensaios do autor, neste volume encontramos o magnífico “Prefácio com perguntas”, de Roberto Schwarz. Mais que uma bela e original análise da obra de Chico, esse prefácio é um chamado a que pensemos o mundo além do estreito pragmatismo corrente. O que o leitor terá em mãos representa uma contribuição – e uma provocação – inestimável nestes tempos que continuam obscuros e deveriam desvelar uma aurora.
Sobre o autor
Francisco de Oliveira, um dos mais importantes sociólogos brasileiros, é professor titular de sociologia da Universidade de São Paulo, diretor do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP e autor de vasta obra, em que se destacam A economia da dependência imperfeita, Os direitos do antivalor, Elegia para uma re(li)gião, O elo perdido e A navegação venturosa: ensaios sobre Celso Furtado, este último também pela Boitempo.
Em Crítica à razão dualista, Chico de Oliveira propôs uma nova forma de pensar a economia brasileira, oposta à da intelectualidade da época que, ao mesmo tempo em que denunciava a miséria em que vivia (ainda vive) a maior parte da população latino-americana, mantinha seu esquema teórico amarrado à economia de mercado. Essa dualidade, segundo Chico, "reconciliava o suposto rigor científico das análises com a consciência moral", levando a proposições reformistas que reduziam a luta de classes à demanda.
Crítica à razão dualista tenta apanhar esses caminhos cruzados: como "crítica, ela pertence ao campo marxista; como especificidade, pertence ao campo cepalino. Quanto à teoria do subdesenvolvimento, ela seria em parte responsável pela não formulação de uma análise do capitalismo no Brasil".
Três décadas depois, a obra de Chico de Oliveira continua sua busca pela intersecção permanente entre a política, a economia e a sociedade brasileira e seus conflitos. Foi assim que ele promoveu a atualização de sua Crítica, escrevendo O ornitorrinco, nome que deu ao Brasil de hoje, sob o signo de Darwin: "altamente urbanizado, pouca força de trabalho e população no campo, dunque nenhum resíduo pré-capitalista; ao contrário, um forte agrobusiness. Um setor industrial da segunda Revolução Industrial completo, avançando, tatibitate, pela terceira revolução, a molecular-digital ou informática. (...) Mas esta é a descrição de um animal cuja `evolução` seguiu todos os passos da família! Como primata ele já é quase Homo sapiens! Parece dispor de `consciência`, pois se democratizou há já quase três décadas. Falta-lhe, ainda, produzir conhecimento, ciência e técnica: basicamente segue copiando, mas a decifração do genoma da Xylella fastidiosa mostra que não está muito longe de avanços fundamentais no campo da biogenética; espera-se apenas que não resolva se autoclonar, perpetuando o ornitorrinco".
Esse bicho, que não é isso nem aquilo – um animal improvável na escala da evolução –, foi a forma encontrada por Chico para qualificar a espécie de capitalismo que se gerou no país e que não dá mostras de mudança no momento mesmo em que o Partido dos Trabalhadores chega à Presidência da República.
Somado aos dois ensaios do autor, neste volume encontramos o magnífico “Prefácio com perguntas”, de Roberto Schwarz. Mais que uma bela e original análise da obra de Chico, esse prefácio é um chamado a que pensemos o mundo além do estreito pragmatismo corrente. O que o leitor terá em mãos representa uma contribuição – e uma provocação – inestimável nestes tempos que continuam obscuros e deveriam desvelar uma aurora.
Sobre o autor
Francisco de Oliveira, um dos mais importantes sociólogos brasileiros, é professor titular de sociologia da Universidade de São Paulo, diretor do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP e autor de vasta obra, em que se destacam A economia da dependência imperfeita, Os direitos do antivalor, Elegia para uma re(li)gião, O elo perdido e A navegação venturosa: ensaios sobre Celso Furtado, este último também pela Boitempo.
Características | |
Autor | FRANCISCO DE OLIVEIRA |
Biografia | Publicado primeiramente como um ensaio, em 1972, com o título "A economia brasileira: crítica à razão dualista", este clássico da reflexão sobre o Brasil foi transformado em livro em 1973. Trinta anos depois, é reeditado pela Boitempo, batizado simplesmente de "Crítica à razão dualista". Somam-se a ele neste volume o ensaio "O ornitorrinco", também de Francisco de Oliveira, e o "Prefácio com perguntas", de Roberto Schwarz. Em Crítica à razão dualista, Chico de Oliveira propôs uma nova forma de pensar a economia brasileira, oposta à da intelectualidade da época que, ao mesmo tempo em que denunciava a miséria em que vivia (ainda vive) a maior parte da população latino-americana, mantinha seu esquema teórico amarrado à economia de mercado. Essa dualidade, segundo Chico, "reconciliava o suposto rigor científico das análises com a consciência moral", levando a proposições reformistas que reduziam a luta de classes à demanda. Crítica à razão dualista tenta apanhar esses caminhos cruzados: como "crítica, ela pertence ao campo marxista; como especificidade, pertence ao campo cepalino. Quanto à teoria do subdesenvolvimento, ela seria em parte responsável pela não formulação de uma análise do capitalismo no Brasil". Três décadas depois, a obra de Chico de Oliveira continua sua busca pela intersecção permanente entre a política, a economia e a sociedade brasileira e seus conflitos. Foi assim que ele promoveu a atualização de sua Crítica, escrevendo O ornitorrinco, nome que deu ao Brasil de hoje, sob o signo de Darwin: "altamente urbanizado, pouca força de trabalho e população no campo, dunque nenhum resíduo pré-capitalista; ao contrário, um forte agrobusiness. Um setor industrial da segunda Revolução Industrial completo, avançando, tatibitate, pela terceira revolução, a molecular-digital ou informática. (...) Mas esta é a descrição de um animal cuja `evolução` seguiu todos os passos da família! Como primata ele já é quase Homo sapiens! Parece dispor de `consciência`, pois se democratizou há já quase três décadas. Falta-lhe, ainda, produzir conhecimento, ciência e técnica: basicamente segue copiando, mas a decifração do genoma da Xylella fastidiosa mostra que não está muito longe de avanços fundamentais no campo da biogenética; espera-se apenas que não resolva se autoclonar, perpetuando o ornitorrinco". Esse bicho, que não é isso nem aquilo – um animal improvável na escala da evolução –, foi a forma encontrada por Chico para qualificar a espécie de capitalismo que se gerou no país e que não dá mostras de mudança no momento mesmo em que o Partido dos Trabalhadores chega à Presidência da República. Somado aos dois ensaios do autor, neste volume encontramos o magnífico “Prefácio com perguntas”, de Roberto Schwarz. Mais que uma bela e original análise da obra de Chico, esse prefácio é um chamado a que pensemos o mundo além do estreito pragmatismo corrente. O que o leitor terá em mãos representa uma contribuição – e uma provocação – inestimável nestes tempos que continuam obscuros e deveriam desvelar uma aurora. Sobre o autor Francisco de Oliveira, um dos mais importantes sociólogos brasileiros, é professor titular de sociologia da Universidade de São Paulo, diretor do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP e autor de vasta obra, em que se destacam A economia da dependência imperfeita, Os direitos do antivalor, Elegia para uma re(li)gião, O elo perdido e A navegação venturosa: ensaios sobre Celso Furtado, este último também pela Boitempo. |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | BOITEMPO |
ISBN | 9788575590362 |
Largura | 16 |
Páginas | 150 |