Este livro conta a história de um mandato socialista na Prefeitura do Rio de Janeiro, que tive a honra de liderar. Eu sabia bem, desde o início, que não podia contar com recursos para investimentos em obras, tanto mais que nosso compromisso trabalhista-socialista era com importantes investimentos sociais destinados a reduzir as desigualdades gritantes da cidade. Eu era o primeiro prefeito do Rio eleito pelo povo, tinha de me dedicar exemplarmente a esta prioridade.<P> Havia ainda outro condicionamento relevante naquela gestão que se iniciava. O país acabava de sair de um período de vinte anos de ditadura militar, com muitas cicatrizes graves, com uma acentuada vontade política de exercer a democracia. O nosso firme compromisso era praticar, também exemplarmente, uma forma mais avançada de democracia, com forte participação popular. O Rio de Janeiro atravessava naquele momento uma fase de grande e crescente prestígio das associações de moradores. Desde o início eu quis aproveitar essa manifestação da sociedade organizada em associações de bairros para introduzir a dimensão participativa no governo municipal, e pretendi ter ao meu lado, na condição de vice-prefeito encarregado de coordenar essa dimensão, o mais importante líder dos moradores do Rio, que era Jó Rezende.<P>
Roberto Saturnino Braga foi deputado federal, senador por três mandatos, vereador e prefeito do Rio de Janeiro. Hoje é escritor, com dezoito livros publicados. É presidente do Centro Internacional Celso Furtado, do Instituto Casa Grande e da Sociedade Amar.<p>
Bruno Saturnino Braga, economista formado pela Universidade de Brasília e analista da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foi chefe de gabinete do prefeito e presidente da Riocop na gestão 1986-1988, tendo sido posteriormente subsecretário de Desenvolvimento do governo do estado.