Elásticos Chineses

Elásticos Chineses

Elásticos Chineses

  • R$ 12,00

    R$ 15,00
Em Elásticos chineses os poemas físicos de Diógenes Moura provocam no leitor alongamentos bailarinos em território pudendo. Os elásticos podem ser chineses mas o tempero é baiano. A fusão, universal. Porque a questão territorial serelepeia abroad. Já no primeiro poema a pinta de viajante é dada no título: Roma sobre Dallas. O mundo antigo no high-tech pós-mod. E para que não fique só, só na Terra, Saturno se insinua como esconderijo. Eros presente no primeiro, no segundo, nos dezoito poemas. É tudo fluxo, quadros vivos, natureza em festa, fogo no Figo de Málaga, elefante de bunda botêrica, vacas, francês na cama, negros no sambódromo, a vida enlouquece. Já dizia a diva do écran, dependurado o salto agulha, ingressando na quarta idade: “Meu passado não é de poucas picas”.

Porque sexo é divino e com ele, aqui, as palavras dançam. Enxuto e econômico mas generoso e sumarento, o poeta também as faz dançar in memoriam. O poema que dá título ao livro, poema à memória de Mário de Andrade, a São Paulo de Mário é repentina e espontaneamente arquitetada e oferecida ao poeta baiano que, afinal, adotou a cidade nela atuando como excitado animador cultural. Genuíno dom de festeiro, seja em aberturas e salões mas principalmente onde talento e vocação se fazem mais em casa, a escrita.

Mistérios. Pode ser lá, pode ser cá, interior, balneário e subúrbio. Acrílico sobre tela. Connaisseur; o poeta entende de arte, na sensibilidade é também pintor nos poemas. Imagens memoráveis, despertar de pura tumescência. Perfumes, lençóis, cerveja. Linda mulher, fogão. Bar. Suicídio nipônico. Estacionamento em frente. Orgasmo sim, orgasmo não (o último).

E vai, fina escrita, gostosa também impressa. Despudor e audácia, Millenium . Remete, remonta: Picando fumo, coçar os olhos. A poesia, em si, mostra o seu valor. E que bom. O futuro terá essa ginga que Diógenes Moura já tem, no presente. Sabores e movimentos. Elementos. O vento a noite. Bacâncias. Pan tudo. Madeira, pedra. Orixás e Andy Warhol, Diógenes no traquejo social mistura bem os participantes de sua festa e tudo dá certo no livro. Mesmo se o evento pede que vá vestido para o que der e vier (Badalu). Amor? Só de mãe. O resto é fuego, paixões. Tesão. Café. Olé. O problema da Frida era o calo (subentende-se). E depois, é tão chique. Todo baiano é irresistível (frase por mim cunhada à guisa de evidência). E na poesia Diógenes Moura faz a palavra coruscar. A mão, o pênis, Onan-sim, por que não?

Pessoal, auto-biográfica até, momentos de vida, poesia posta em forma e papel vira afrodisíaco. Malícia baiana – como Gil certa vez me fez entender: Nada de domingueiras proustianas ao meio-dia em São Paulo (ao meio-dia? Nem pensar). Narciso em tarde cinza era Mautner – Diógenes é Moura. Moura Brasil: colírio. Olhos perscrutam. Olhos passeiam. Isherwood em Berlim, Diógenes em São Paulo, no Rio, em todos os lugares, também poderia dizer: “Eu, a câmera”. Wanderléia é evocada.

Evocada?

Evocada. Datas básicas. Saisons infernales. Desfiles. Gente como a gente. Gente come gente. Antropofagia num outro sentido, Oswald querido. Um pintor – tantas pinceladas – mas eu também pinto. Espremo amoras maduras e tasco o pincel. Caixa de fósforos. Chá de centímetros. Poemas feitos quadros, convite a neles se deter mais longamente, para mais sensivelmente os apreciar. Ali ficar mais um pouco e captar mistérios. Convivium. Balthus. Um dos que pintaram assim, como Diógenes Moura escreve. Quadros em uma exposição. São Paulo tem Oxum, Bauhaus, Ritz e Macau. Decoradora loura fumante de maconha & pretinho básico. Colette. Happy hour, axé para Ogum. Bolero. Gilda. E o poeta com ela pranteia. E termina com um singelo baiku, um Volpi. Elásticos chineses, uma exposição, um livro, um objeto de arte ao qual se volta. Prazerosamente.
Características
Autor Diógenes Moura
Biografia Em Elásticos chineses os poemas físicos de Diógenes Moura provocam no leitor alongamentos bailarinos em território pudendo. Os elásticos podem ser chineses mas o tempero é baiano. A fusão, universal. Porque a questão territorial serelepeia abroad. Já no primeiro poema a pinta de viajante é dada no título: Roma sobre Dallas. O mundo antigo no high-tech pós-mod. E para que não fique só, só na Terra, Saturno se insinua como esconderijo. Eros presente no primeiro, no segundo, nos dezoito poemas. É tudo fluxo, quadros vivos, natureza em festa, fogo no Figo de Málaga, elefante de bunda botêrica, vacas, francês na cama, negros no sambódromo, a vida enlouquece. Já dizia a diva do écran, dependurado o salto agulha, ingressando na quarta idade: “Meu passado não é de poucas picas”.

Porque sexo é divino e com ele, aqui, as palavras dançam. Enxuto e econômico mas generoso e sumarento, o poeta também as faz dançar in memoriam. O poema que dá título ao livro, poema à memória de Mário de Andrade, a São Paulo de Mário é repentina e espontaneamente arquitetada e oferecida ao poeta baiano que, afinal, adotou a cidade nela atuando como excitado animador cultural. Genuíno dom de festeiro, seja em aberturas e salões mas principalmente onde talento e vocação se fazem mais em casa, a escrita.

Mistérios. Pode ser lá, pode ser cá, interior, balneário e subúrbio. Acrílico sobre tela. Connaisseur; o poeta entende de arte, na sensibilidade é também pintor nos poemas. Imagens memoráveis, despertar de pura tumescência. Perfumes, lençóis, cerveja. Linda mulher, fogão. Bar. Suicídio nipônico. Estacionamento em frente. Orgasmo sim, orgasmo não (o último).

E vai, fina escrita, gostosa também impressa. Despudor e audácia, Millenium . Remete, remonta: Picando fumo, coçar os olhos. A poesia, em si, mostra o seu valor. E que bom. O futuro terá essa ginga que Diógenes Moura já tem, no presente. Sabores e movimentos. Elementos. O vento a noite. Bacâncias. Pan tudo. Madeira, pedra. Orixás e Andy Warhol, Diógenes no traquejo social mistura bem os participantes de sua festa e tudo dá certo no livro. Mesmo se o evento pede que vá vestido para o que der e vier (Badalu). Amor? Só de mãe. O resto é fuego, paixões. Tesão. Café. Olé. O problema da Frida era o calo (subentende-se). E depois, é tão chique. Todo baiano é irresistível (frase por mim cunhada à guisa de evidência). E na poesia Diógenes Moura faz a palavra coruscar. A mão, o pênis, Onan-sim, por que não?

Pessoal, auto-biográfica até, momentos de vida, poesia posta em forma e papel vira afrodisíaco. Malícia baiana – como Gil certa vez me fez entender: Nada de domingueiras proustianas ao meio-dia em São Paulo (ao meio-dia? Nem pensar). Narciso em tarde cinza era Mautner – Diógenes é Moura. Moura Brasil: colírio. Olhos perscrutam. Olhos passeiam. Isherwood em Berlim, Diógenes em São Paulo, no Rio, em todos os lugares, também poderia dizer: “Eu, a câmera”. Wanderléia é evocada.

Evocada?

Evocada. Datas básicas. Saisons infernales. Desfiles. Gente como a gente. Gente come gente. Antropofagia num outro sentido, Oswald querido. Um pintor – tantas pinceladas – mas eu também pinto. Espremo amoras maduras e tasco o pincel. Caixa de fósforos. Chá de centímetros. Poemas feitos quadros, convite a neles se deter mais longamente, para mais sensivelmente os apreciar. Ali ficar mais um pouco e captar mistérios. Convivium. Balthus. Um dos que pintaram assim, como Diógenes Moura escreve. Quadros em uma exposição. São Paulo tem Oxum, Bauhaus, Ritz e Macau. Decoradora loura fumante de maconha & pretinho básico. Colette. Happy hour, axé para Ogum. Bolero. Gilda. E o poeta com ela pranteia. E termina com um singelo baiku, um Volpi. Elásticos chineses, uma exposição, um livro, um objeto de arte ao qual se volta. Prazerosamente.
Comprimento 21
Edição 1
Editora FUNDACAO CASA DE JORGE AMADO
Largura 15
Páginas 72

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