Filme: por uma teoria expandida do cinema
Filme: por uma teoria expandida do cinema
- EditoraEDITORA CONTRAPONTO
- Modelo: CO61076
- Disponibilidade: Em estoque
R$ 65,60
R$ 82,00
Este livro se propõe a pensar o filme a partir de uma visão ampliada para a história e a teoria do cinema. Uma perspectiva na qual a imagem em movimento é primeiramente analisada de forma independente das suas determinações técnicas, escapando de seu palco tradicional e se expandindo para outros territórios, nos quais se entrecruza com os domínios da arte e da ciência e propicia diversas extensões à experiência cinematográfica.
A partir da constatação de que "o visível foi colocado não como um dado anterior ao filme, porém como uma construção", Philippe-Alain Michaud nos remete aos estudos cronofotográficos de Étienne-Jules Marey, que elaborou sua "poética dos corpos móveis" para revelar aquilo que escapa à visão: o tempo do movimento no intervalo que se subtrai à imagem. Este interstício constituinte do visível é desdobrado nas obras de Hans Richter, Constantin Brancusi, Anthony McCall e Paul Sharits, artistas-cineastas que constroem a experiência cinematográfica a partir de elementos fílmicos dissociados, como o fotograma, o feixe luminoso e a superfície de projeção. Nesses trabalhos vislumbra-se um conjunto de relações plásticas e espaciais, cuja visualidade articula o filme não apenas com a fotografia, mas também com o desenho, a pintura, a escultura e a arquitetura.
Em sua análise dos filmes dos Lumière, invertendo a perspectiva do cinema concebido como espelho do real, Michaud considera que a realidade não foi o objeto último, mas a substância mesma da construção do filme, capaz de revelar e de ativar suas potências. O mesmo ponto de vista pauta sua abordagem dos filmes documentários de viagem no início do século XX e os ensaios antropológicos de Robert J. Flaherty, nos quais, para o autor, "não é o real que se reflete no filme, porém, ao contrário, é este que se reconhece na complexidade do real, como no fundo de um espelho".
Esta relação do cinema com o real encontra, por sua vez, um tratamento singular nas obras de Joseph Cornell, Ken Jacobs ou Jack Smith, artistas que remontam, refilmam ou reencenam a história do cinema por meio de apropriações e recortes diversos. Nesta operação transgressora, é a própria história do cinema que se transforma em horizonte imaginário do filme. Uma inversão de papéis que possibilita ao filme sair de sua superfície especular - e espetacular ? para se revelar como força interpretativa e crítica da própria imagem e seus dispositivos.
Filme é uma contribuição para os debates em torno do cinema e das artes visuais, sobretudo em seu diálogo com as teorizações e as práticas do "cinema expandido", do "cinema de artista", e de tantas outras proposições estéticas ou artísticas que atravessam ou são atravessadas pelo cinema. Trata-se de uma poética das imagens em movimento que oferece cintilações inesperadas para uma visão renovada do espectro cinematográfico e suas diversas aparições.
A partir da constatação de que "o visível foi colocado não como um dado anterior ao filme, porém como uma construção", Philippe-Alain Michaud nos remete aos estudos cronofotográficos de Étienne-Jules Marey, que elaborou sua "poética dos corpos móveis" para revelar aquilo que escapa à visão: o tempo do movimento no intervalo que se subtrai à imagem. Este interstício constituinte do visível é desdobrado nas obras de Hans Richter, Constantin Brancusi, Anthony McCall e Paul Sharits, artistas-cineastas que constroem a experiência cinematográfica a partir de elementos fílmicos dissociados, como o fotograma, o feixe luminoso e a superfície de projeção. Nesses trabalhos vislumbra-se um conjunto de relações plásticas e espaciais, cuja visualidade articula o filme não apenas com a fotografia, mas também com o desenho, a pintura, a escultura e a arquitetura.
Em sua análise dos filmes dos Lumière, invertendo a perspectiva do cinema concebido como espelho do real, Michaud considera que a realidade não foi o objeto último, mas a substância mesma da construção do filme, capaz de revelar e de ativar suas potências. O mesmo ponto de vista pauta sua abordagem dos filmes documentários de viagem no início do século XX e os ensaios antropológicos de Robert J. Flaherty, nos quais, para o autor, "não é o real que se reflete no filme, porém, ao contrário, é este que se reconhece na complexidade do real, como no fundo de um espelho".
Esta relação do cinema com o real encontra, por sua vez, um tratamento singular nas obras de Joseph Cornell, Ken Jacobs ou Jack Smith, artistas que remontam, refilmam ou reencenam a história do cinema por meio de apropriações e recortes diversos. Nesta operação transgressora, é a própria história do cinema que se transforma em horizonte imaginário do filme. Uma inversão de papéis que possibilita ao filme sair de sua superfície especular - e espetacular ? para se revelar como força interpretativa e crítica da própria imagem e seus dispositivos.
Filme é uma contribuição para os debates em torno do cinema e das artes visuais, sobretudo em seu diálogo com as teorizações e as práticas do "cinema expandido", do "cinema de artista", e de tantas outras proposições estéticas ou artísticas que atravessam ou são atravessadas pelo cinema. Trata-se de uma poética das imagens em movimento que oferece cintilações inesperadas para uma visão renovada do espectro cinematográfico e suas diversas aparições.
Características | |
Autor | PHILIPPE-ALAIN MICHAUD |
Biografia | Este livro se propõe a pensar o filme a partir de uma visão ampliada para a história e a teoria do cinema. Uma perspectiva na qual a imagem em movimento é primeiramente analisada de forma independente das suas determinações técnicas, escapando de seu palco tradicional e se expandindo para outros territórios, nos quais se entrecruza com os domínios da arte e da ciência e propicia diversas extensões à experiência cinematográfica. A partir da constatação de que "o visível foi colocado não como um dado anterior ao filme, porém como uma construção", Philippe-Alain Michaud nos remete aos estudos cronofotográficos de Étienne-Jules Marey, que elaborou sua "poética dos corpos móveis" para revelar aquilo que escapa à visão: o tempo do movimento no intervalo que se subtrai à imagem. Este interstício constituinte do visível é desdobrado nas obras de Hans Richter, Constantin Brancusi, Anthony McCall e Paul Sharits, artistas-cineastas que constroem a experiência cinematográfica a partir de elementos fílmicos dissociados, como o fotograma, o feixe luminoso e a superfície de projeção. Nesses trabalhos vislumbra-se um conjunto de relações plásticas e espaciais, cuja visualidade articula o filme não apenas com a fotografia, mas também com o desenho, a pintura, a escultura e a arquitetura. Em sua análise dos filmes dos Lumière, invertendo a perspectiva do cinema concebido como espelho do real, Michaud considera que a realidade não foi o objeto último, mas a substância mesma da construção do filme, capaz de revelar e de ativar suas potências. O mesmo ponto de vista pauta sua abordagem dos filmes documentários de viagem no início do século XX e os ensaios antropológicos de Robert J. Flaherty, nos quais, para o autor, "não é o real que se reflete no filme, porém, ao contrário, é este que se reconhece na complexidade do real, como no fundo de um espelho". Esta relação do cinema com o real encontra, por sua vez, um tratamento singular nas obras de Joseph Cornell, Ken Jacobs ou Jack Smith, artistas que remontam, refilmam ou reencenam a história do cinema por meio de apropriações e recortes diversos. Nesta operação transgressora, é a própria história do cinema que se transforma em horizonte imaginário do filme. Uma inversão de papéis que possibilita ao filme sair de sua superfície especular - e espetacular ? para se revelar como força interpretativa e crítica da própria imagem e seus dispositivos. Filme é uma contribuição para os debates em torno do cinema e das artes visuais, sobretudo em seu diálogo com as teorizações e as práticas do "cinema expandido", do "cinema de artista", e de tantas outras proposições estéticas ou artísticas que atravessam ou são atravessadas pelo cinema. Trata-se de uma poética das imagens em movimento que oferece cintilações inesperadas para uma visão renovada do espectro cinematográfico e suas diversas aparições. |
Comprimento | 25 |
Edição | 1 |
Editora | EDITORA CONTRAPONTO |
ISBN | 9788578661076 |
Largura | 18 |
Páginas | 240 |