Caramelo quer ver o mar

Caramelo quer ver o mar

Caramelo quer ver o mar

  • Editora7 LETRAS
  • Modelo: 9557061
  • Disponibilidade: Em estoque
  • R$ 43,20

    R$ 54,00
Quem não convive com um cachorro acha muito estranha toda conversa sobre a inteligência e a sensibilidade dos animais. Ainda mais quando se tomam como referência esses outros e depilados seres que somos – humanos. Porque é fácil perceber que cachorros dominam artes que poucos de nós praticamos. Cães farejam com precisão, ouvem o quanto querem, sabem a linguagem da lambida, distinguem mil formas de morder, sorriem com o rabo, perguntam com os olhos e, de quebra, fazem naturalmente algo que é cada vez mais raro entre nós: os caramelos estão sempre plenamente onde estão.

Os poemas de Tiago D. Oliveira, em Caramelo quer ver o mar, são caninos num sentido bem preciso: passam pelo mundo vendo-o desde a altura privilegiada de que os cachorros veem a vida, com as narinas e as orelhas mais perto do chão e as patas apalpando cada imperfeição das ruas e calçadas. Esgueirando-se, altivo e sem pressa, entre as pernas que não sabem para onde vão, andar com(o) o caramelo de Tiago pelas ruas de Salvador é um pouco aquela “total suspensão da humanidade” de que ele fala, ainda mais se lembramos que “humano”, aqui, é esse estranho que vaga entre ubers e streamings, likes e artificial intelligence, sem fazer muita questão de que a vida faça sentido.

Já percebemos nos outros livros de Tiago que ele aprendeu bem a lição de Manuel Bandeira: “a poesia está em tudo – tanto nos amores como nos chinelos, tanto nas coisas lógicas como nas disparatadas”. O poeta sempre circulou com maestria por essas bandas horizontais da poesia, colhendo poesia na vida que se desenrola ao seu redor, mas, neste novo livro, ao convocar um caramelo “doce, falho, salvo e impreciso” para ser o poeta, Tiago consegue fazer com que seus versos revirem, desde baixo, as paisagens diante dos leitores e, nelas, a cidade não coincide com as propagandas do verão. E assim ele nos recorda que poesia se faz assim: ao ar livre, rés do chão, virando latas.
Características
Autor Tiago D. Oliveira
Biografia Quem não convive com um cachorro acha muito estranha toda conversa sobre a inteligência e a sensibilidade dos animais. Ainda mais quando se tomam como referência esses outros e depilados seres que somos – humanos. Porque é fácil perceber que cachorros dominam artes que poucos de nós praticamos. Cães farejam com precisão, ouvem o quanto querem, sabem a linguagem da lambida, distinguem mil formas de morder, sorriem com o rabo, perguntam com os olhos e, de quebra, fazem naturalmente algo que é cada vez mais raro entre nós: os caramelos estão sempre plenamente onde estão.

Os poemas de Tiago D. Oliveira, em Caramelo quer ver o mar, são caninos num sentido bem preciso: passam pelo mundo vendo-o desde a altura privilegiada de que os cachorros veem a vida, com as narinas e as orelhas mais perto do chão e as patas apalpando cada imperfeição das ruas e calçadas. Esgueirando-se, altivo e sem pressa, entre as pernas que não sabem para onde vão, andar com(o) o caramelo de Tiago pelas ruas de Salvador é um pouco aquela “total suspensão da humanidade” de que ele fala, ainda mais se lembramos que “humano”, aqui, é esse estranho que vaga entre ubers e streamings, likes e artificial intelligence, sem fazer muita questão de que a vida faça sentido.

Já percebemos nos outros livros de Tiago que ele aprendeu bem a lição de Manuel Bandeira: “a poesia está em tudo – tanto nos amores como nos chinelos, tanto nas coisas lógicas como nas disparatadas”. O poeta sempre circulou com maestria por essas bandas horizontais da poesia, colhendo poesia na vida que se desenrola ao seu redor, mas, neste novo livro, ao convocar um caramelo “doce, falho, salvo e impreciso” para ser o poeta, Tiago consegue fazer com que seus versos revirem, desde baixo, as paisagens diante dos leitores e, nelas, a cidade não coincide com as propagandas do verão. E assim ele nos recorda que poesia se faz assim: ao ar livre, rés do chão, virando latas.
Comprimento 21
Edição 1
Editora 7 LETRAS
ISBN 9786559057061
Largura 14
Páginas 92

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