Amar um cão: Desenhos a lápis com fala
Amar um cão: Desenhos a lápis com fala
- Editora7 LETRAS
- Modelo: 9553223
- Disponibilidade: Em estoque
R$ 62,40
R$ 78,00
Amar um cão, escrito em finais de agosto de 1990 é, como diz Llansol, “uma breve hesitação”. Demora-se diante do nascimento e da morte de um cão, Jade, entre os prazeres do jogo e os perigos do poço. Uma oscilação entre aprender a ler o animal e, ao mesmo tempo, perceber que, se a linguagem é também perto da boca – fome e religião – o animal pode pedir que a narradora o ensine a ler. Um apontamento a que ela nos lança: o que ainda é ou seria ler. Tanto que, com algum risco, é possível dizer que primeira questão de tudo o que escreveu Maria Gabriela Llansol se projeta, quase sempre, sobre a figura e diante de uma pergunta: o que é a figura? Não há parâmetro, perto ou longe, em língua portuguesa ao que ela imprimiu de imaginação como texto. Se diante do cão, a narradora afirma que se impele a olhar “diferentemente os hábitos do mundo” e que “ler é nunca chegar ao fim de um livro”, pode-se expandir rapidamente essas imagens frente ao tempo de anti-imaginação em que estamos – comezinho e rasteiro, com uma literatura enfadonha e banalizada –, para tocar o texto de Llansol com a força que ele exige dos corpos: existir com força entre Eros e a política, corpos legentes. Por isso a biblioteca dos textos de Llansol é imprevista, heterogênea, impensada, e se desequilibra entre o universo e o mundo com seres humanos raros e raras. Giordano Bruno, por exemplo, que ela tanto lera, diz em O canto de Circe que os cães covardes e medrosos se escondem sob aspectos humanos. Jade vem daí, como contraponto, porque enquanto adoece salienta “a verdadeira natureza do medo” e avisa que “a morte é dar como verdadeiro o que é.” Jade é a coragem de que amar é uma luta: “luta comigo”. Manoel Ricardo de Lima, verão, 2023/24
Características | |
Autor | Maria Gabriela Llansol |
Biografia | Amar um cão, escrito em finais de agosto de 1990 é, como diz Llansol, “uma breve hesitação”. Demora-se diante do nascimento e da morte de um cão, Jade, entre os prazeres do jogo e os perigos do poço. Uma oscilação entre aprender a ler o animal e, ao mesmo tempo, perceber que, se a linguagem é também perto da boca – fome e religião – o animal pode pedir que a narradora o ensine a ler. Um apontamento a que ela nos lança: o que ainda é ou seria ler. Tanto que, com algum risco, é possível dizer que primeira questão de tudo o que escreveu Maria Gabriela Llansol se projeta, quase sempre, sobre a figura e diante de uma pergunta: o que é a figura? Não há parâmetro, perto ou longe, em língua portuguesa ao que ela imprimiu de imaginação como texto. Se diante do cão, a narradora afirma que se impele a olhar “diferentemente os hábitos do mundo” e que “ler é nunca chegar ao fim de um livro”, pode-se expandir rapidamente essas imagens frente ao tempo de anti-imaginação em que estamos – comezinho e rasteiro, com uma literatura enfadonha e banalizada –, para tocar o texto de Llansol com a força que ele exige dos corpos: existir com força entre Eros e a política, corpos legentes. Por isso a biblioteca dos textos de Llansol é imprevista, heterogênea, impensada, e se desequilibra entre o universo e o mundo com seres humanos raros e raras. Giordano Bruno, por exemplo, que ela tanto lera, diz em O canto de Circe que os cães covardes e medrosos se escondem sob aspectos humanos. Jade vem daí, como contraponto, porque enquanto adoece salienta “a verdadeira natureza do medo” e avisa que “a morte é dar como verdadeiro o que é.” Jade é a coragem de que amar é uma luta: “luta comigo”. Manoel Ricardo de Lima, verão, 2023/24 |
Comprimento | 21 |
Edição | 1 |
Editora | 7 LETRAS |
ISBN | 9786559053223 |
Largura | 14 |
Páginas | 96 |