Na trilha dos fonogramas com Charles Gavin: O álbum como artefato de memória da música no Brasil
Na trilha dos fonogramas com Charles Gavin: O álbum como artefato de memória da música no Brasil
- Editora7 LETRAS
- Modelo: 9557665
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R$ 69,60
R$ 87,00
A tese universitária que veio dar neste livro brotou em 2020, junto ao “dromedário da Guanabara”, à sombra do “pão de açúcar artificial”, perto daquela esquina de praias densamente militarizadas sob camuflagem de cartões-postais da ex-capital balneária.
Ela resultou de uma parceria etnográfica não-disciplinar em torno das intuitivas vocações etnográficas da documentação (e preservação) musical; vem do encontro de duas musicalidades paulistanas de expressão percussiva, pertencentes a duas gerações sucessivas que viveram o período de saída da ditadura ao mesmo tempo em que se agitavam nos ventos libertários de contraculturas.
Duas orbitações autônomas sintonizadas no rock, porém disponíveis pra outras (pos)sessões, em transitividades urbanas mergulhadas no “meio comunicacional” dos discos fonográficos em circulação; anexas-usuárias e actantes encantadas de ciclos sociotécnicos cujas “iluminações profanas” geraram envolvimento no “atrator estranho” da “música popular brasileira”.
Se fosse pra arguir a tese, caberia perguntar como é possível que a mpb, portando esse nome e remontando à tribo modernista celebrante da “diversidade”, não tenha bastado como repertório coletivo que imunizasse contra a recente recidiva autoritária eco-etno-culturocida; talvez afinal a mpb fonografada tenha sido um efeito periférico da modernização e do desenvolvimentismo, uma fase festiva do “capitalismo autoritário”?
Agora, cabe-me aqui adivinhar a resposta, saudando esta publicação na chave da reativação democrática das práticas de reconhecimento, redistribuição e reparações; se a sigla não foi um classificador de estilo, mas signo de multiplicidades “autênticas”, então o fruto moderno também cresceu mutante e cismogênico, germinante de outros devires.
Assim, a parceria torna-se pacto reterritorializador dos antigos retratos divers’identitários, numa ecologia política da cultura onde nem “brasil”, nem “popular”, nem mesmo “música” representam essências.
Dessa perspectiva, este trabalho também é contra-utópico, experimento de pesquisa-escuta-criação mediadas pelo registro performativo, propiciatório pra novos e ancestrais protagonismos que se anunciam, capazes de descolonizar as partituras e partições republicanas.
Ela resultou de uma parceria etnográfica não-disciplinar em torno das intuitivas vocações etnográficas da documentação (e preservação) musical; vem do encontro de duas musicalidades paulistanas de expressão percussiva, pertencentes a duas gerações sucessivas que viveram o período de saída da ditadura ao mesmo tempo em que se agitavam nos ventos libertários de contraculturas.
Duas orbitações autônomas sintonizadas no rock, porém disponíveis pra outras (pos)sessões, em transitividades urbanas mergulhadas no “meio comunicacional” dos discos fonográficos em circulação; anexas-usuárias e actantes encantadas de ciclos sociotécnicos cujas “iluminações profanas” geraram envolvimento no “atrator estranho” da “música popular brasileira”.
Se fosse pra arguir a tese, caberia perguntar como é possível que a mpb, portando esse nome e remontando à tribo modernista celebrante da “diversidade”, não tenha bastado como repertório coletivo que imunizasse contra a recente recidiva autoritária eco-etno-culturocida; talvez afinal a mpb fonografada tenha sido um efeito periférico da modernização e do desenvolvimentismo, uma fase festiva do “capitalismo autoritário”?
Agora, cabe-me aqui adivinhar a resposta, saudando esta publicação na chave da reativação democrática das práticas de reconhecimento, redistribuição e reparações; se a sigla não foi um classificador de estilo, mas signo de multiplicidades “autênticas”, então o fruto moderno também cresceu mutante e cismogênico, germinante de outros devires.
Assim, a parceria torna-se pacto reterritorializador dos antigos retratos divers’identitários, numa ecologia política da cultura onde nem “brasil”, nem “popular”, nem mesmo “música” representam essências.
Dessa perspectiva, este trabalho também é contra-utópico, experimento de pesquisa-escuta-criação mediadas pelo registro performativo, propiciatório pra novos e ancestrais protagonismos que se anunciam, capazes de descolonizar as partituras e partições republicanas.
Características | |
Autor | Sabrina Dinola |
Biografia | A tese universitária que veio dar neste livro brotou em 2020, junto ao “dromedário da Guanabara”, à sombra do “pão de açúcar artificial”, perto daquela esquina de praias densamente militarizadas sob camuflagem de cartões-postais da ex-capital balneária. Ela resultou de uma parceria etnográfica não-disciplinar em torno das intuitivas vocações etnográficas da documentação (e preservação) musical; vem do encontro de duas musicalidades paulistanas de expressão percussiva, pertencentes a duas gerações sucessivas que viveram o período de saída da ditadura ao mesmo tempo em que se agitavam nos ventos libertários de contraculturas. Duas orbitações autônomas sintonizadas no rock, porém disponíveis pra outras (pos)sessões, em transitividades urbanas mergulhadas no “meio comunicacional” dos discos fonográficos em circulação; anexas-usuárias e actantes encantadas de ciclos sociotécnicos cujas “iluminações profanas” geraram envolvimento no “atrator estranho” da “música popular brasileira”. Se fosse pra arguir a tese, caberia perguntar como é possível que a mpb, portando esse nome e remontando à tribo modernista celebrante da “diversidade”, não tenha bastado como repertório coletivo que imunizasse contra a recente recidiva autoritária eco-etno-culturocida; talvez afinal a mpb fonografada tenha sido um efeito periférico da modernização e do desenvolvimentismo, uma fase festiva do “capitalismo autoritário”? Agora, cabe-me aqui adivinhar a resposta, saudando esta publicação na chave da reativação democrática das práticas de reconhecimento, redistribuição e reparações; se a sigla não foi um classificador de estilo, mas signo de multiplicidades “autênticas”, então o fruto moderno também cresceu mutante e cismogênico, germinante de outros devires. Assim, a parceria torna-se pacto reterritorializador dos antigos retratos divers’identitários, numa ecologia política da cultura onde nem “brasil”, nem “popular”, nem mesmo “música” representam essências. Dessa perspectiva, este trabalho também é contra-utópico, experimento de pesquisa-escuta-criação mediadas pelo registro performativo, propiciatório pra novos e ancestrais protagonismos que se anunciam, capazes de descolonizar as partituras e partições republicanas. |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | 7 LETRAS |
ISBN | 9786559057665 |
Largura | 16 |
Páginas | 312 |