O pânico como política: o Brasil no imaginário do lulismo em crise
O pânico como política: o Brasil no imaginário do lulismo em crise
- EditoraMAUAD X
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A presente coletânea é uma radiografia original deste interregno que estamos atravessando: como pode um partido morto dar régua e compasso a forças que sonham dar a volta por cima? Ao morto-vivo, os autores estão chamando de petismo tardio, parente do progressismo tardio, assombração numa América Latina neoextrativista exaurida, depois de seu eclipse. Para além dos balanços deficitários dos Anos Lula, trata-se de uma tentativa pioneira de identificação do novo consenso lulista, cristalizado em torno do trauma de 2016, redescrito pela máquina discursiva petista como o gatilho disparador de uma monstruosa regressão nacional. Encarnada pelo lulismo tardio, manifesta-se sobretudo numa restauração do imaginário progressista brasileiro, golpeado em 1964. Uma visão do perene confronto com os representantes do atraso, sempre em nome de alguma atualização imperativa da hora, acertar o passo com as forças produtivas, em suma. Daí o retorno de anacronismos, geralmente aos pares contrastantes, a descrever a luta recorrente entre dois Brasis antitéticos. É preciso esfregar bem os olhos: estão aí de volta novamente a civilização em luta com a barbárie, bem longe da visão inaugural de um Euclides da Cunha, ao ver como se demonstrava ao sertanejo retardatário "o brilho da civilização através das descargas", sem falar nos Vivas à República na hora da degola. Não há inocentes nessa visita guiada. Há cálculo sob a poeira de tamanha encenação. Daí o recurso ao pânico, que dá título ao livro. (texto da orelha por Paulo Arantes)
Características | |
Autor | Fabio Luis Barbosa dos Santos, Et al. |
Biografia | A presente coletânea é uma radiografia original deste interregno que estamos atravessando: como pode um partido morto dar régua e compasso a forças que sonham dar a volta por cima? Ao morto-vivo, os autores estão chamando de petismo tardio, parente do progressismo tardio, assombração numa América Latina neoextrativista exaurida, depois de seu eclipse. Para além dos balanços deficitários dos Anos Lula, trata-se de uma tentativa pioneira de identificação do novo consenso lulista, cristalizado em torno do trauma de 2016, redescrito pela máquina discursiva petista como o gatilho disparador de uma monstruosa regressão nacional. Encarnada pelo lulismo tardio, manifesta-se sobretudo numa restauração do imaginário progressista brasileiro, golpeado em 1964. Uma visão do perene confronto com os representantes do atraso, sempre em nome de alguma atualização imperativa da hora, acertar o passo com as forças produtivas, em suma. Daí o retorno de anacronismos, geralmente aos pares contrastantes, a descrever a luta recorrente entre dois Brasis antitéticos. É preciso esfregar bem os olhos: estão aí de volta novamente a civilização em luta com a barbárie, bem longe da visão inaugural de um Euclides da Cunha, ao ver como se demonstrava ao sertanejo retardatário "o brilho da civilização através das descargas", sem falar nos Vivas à República na hora da degola. Não há inocentes nessa visita guiada. Há cálculo sob a poeira de tamanha encenação. Daí o recurso ao pânico, que dá título ao livro. (texto da orelha por Paulo Arantes) |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | MAUAD X |
ISBN | 9788530400453 |
Largura | 16 |
Páginas | 440 |