A partir da descoberta, em uma das salas do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, de um estojo de madeira com cartas de Antônio Feliciano de Castilho, um grupo de pesquisadores se voltou à leitura dessa figura literária oitocentista.

O estudo das correspondências trocadas de Castilho a Camilo Castelo Branco revelou um homem à vontade com a escrita e o Portugal de seu tempo. A curiosidade da equipe se ampliou para sua vasta obra em suas muitas faces, buscando entender como o escritor, tão considerado até um certo momento, tornou-se um nome quase apagado, para não dizer fortemente negado, da cultural literária portuguesa.

Este livro reúne olhares atentos a diversos aspectos da obra de Castilho, com a realização de abordagens analíticas imparciais que desejam mostrar simplesmente o que esse escritor, cuja vida literária atravessou o século XIX, produziu. Cada estudo é acompanhado de uma pequena seleção de textos do escritor, recuperados de antigas edições não mais publicadas.

Os aspectos abordados são: a correspondência de Castilho a Camilo Castelo Branco, a quem dedicou forte amizade; a sua produção poética na primeira metade do século XIX; o trabalho no importante periódico oitocentista Revista Universal Lisbonense; a preocupação com a prática da poesia, manifesta em um tratado de metrificação e nos muitos paratextos que acompanhavam sua escrita literária; a atenção às práticas educativas com a formulação de um método de alfabetização bastante polêmico e, por fim, as relações da família Castilho com o Brasil, seus escritores e imprensa.