A celebração do Ano Ibero-americano da Leitura no Brasil em 2005 deixou um saldo amplamente positivo sob os mais diferentes aspectos. Da mobilização extraordinária da sociedade aos avanços institucionais obtidos no período. Reavivou antigos problemas e fez emergir elementos novos que, agora, estão ajudando a desenhar novos cenários para a questão do livro e da leitura no pais. Ao mesmo tempo em que estatísticas e estudos que desnudam déficits e deficiências no que diz respeito a bibliotecas, livros, leitura e leitores, surge um novo alento para aqueles que compartilham da idéia de que passa necessariamente por aí o caminho para o desenvolvimento nacional e da cidadania. Isso porque, diagnosticada a situação e cientes do longo caminho a ser percorrido, um número cada vez maior de governantes e líderes sociais se atira a inadiável tarefa de fazer algo para mudar essa difícil realidade. Mais que o prazer de folhear e sorver seu conteúdo ou mesmo seu poderoso papel na transmissão de saberes, o livro se apresenta, nos dias atuais, como uma luz também para o enfrentamento das questões sociais graves e urgentes de países como o Brasil. Nas reflexões e nas propostas aqui apresentadas pelas diferentes correntes do pensamento político que disputam as eleições presidenciais de 2006, isso fica evidente. A começar pela inadiável tarefa de conferir ao tema a condição de política de Estado, que está sempre acima das paixões ou de questões menos nobres.