Cidade Tiradentes e COHAB: Moradia popular na periferia de São Paulo - projetos e trajetórias 1960-1970
Cidade Tiradentes e COHAB: Moradia popular na periferia de São Paulo - projetos e trajetórias 1960-1970
- EditoraALAMEDA
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"Isto aqui parece algo como Machu Picchu, uma cidade perdida na selva”. Estas palavras são de Arnaldo Madeira, em 1983, então secretário da Habitação e Desenvolvimento Urbano de São Paulo, em visita ao Conjunto Habitacional Santa Etelvina, localizado na atual Cidade Tiradentes, referindo-se ao isolamento da área e à ausência de infraestrutura de transporte naquela região. Essa carência, entretanto, não se restringia apenas ao transporte, desdobrando- se para a falta de moradias, hospitais, escolas, cultura, lazer, saneamento e segurança.
Situada na extremidade da zona leste paulistana, a Cidade Tiradentes surgiu como fruto de uma intervenção no espaço da cidade, que vinha sendo delineada pelo poder público, juntamente com a Cohab desde meados de 1960 e que tinha por objetivo criar moradias para o setor da população de baixa renda. Tratava-se de uma política oficial de planejamento urbano sistemático, com o objetivo de racionalizar a ocupação dos espaços da cidade, esta que passava novamente por intenso crescimento demográfico devido à forte corrente de migração interna, especialmente a nordestina.
Apoiando-se em suportes teóricos e em fontes, a autora convida o leitor a apreender o sentido dos discursos e iniciativas do Estado durante o regime militar, cuja política interpretava a integração nacional sob o prisma do desenvolvimento econômico e técnico aliado ao capital internacional, estabelecendo uma íntima relação com a necessidade de apoiar o projeto industrial de São Paulo. Esta política não pode ser vista senão acoplada ao forte empenho de exclusão, protagonizado pela elite paulistana. Simone constata que, apesar da limpeza espacial e social da cidade, a população não recebe passivamente as diretrizes oficiais, mas realiza suas próprias experiências, constrói seus modos de existência e reelabora espaços, tudo isso à margem dos objetivos do poder público. São sujeitos ativos, verdadeiros protagonistas que recriam suas próprias vidas.
Situada na extremidade da zona leste paulistana, a Cidade Tiradentes surgiu como fruto de uma intervenção no espaço da cidade, que vinha sendo delineada pelo poder público, juntamente com a Cohab desde meados de 1960 e que tinha por objetivo criar moradias para o setor da população de baixa renda. Tratava-se de uma política oficial de planejamento urbano sistemático, com o objetivo de racionalizar a ocupação dos espaços da cidade, esta que passava novamente por intenso crescimento demográfico devido à forte corrente de migração interna, especialmente a nordestina.
Apoiando-se em suportes teóricos e em fontes, a autora convida o leitor a apreender o sentido dos discursos e iniciativas do Estado durante o regime militar, cuja política interpretava a integração nacional sob o prisma do desenvolvimento econômico e técnico aliado ao capital internacional, estabelecendo uma íntima relação com a necessidade de apoiar o projeto industrial de São Paulo. Esta política não pode ser vista senão acoplada ao forte empenho de exclusão, protagonizado pela elite paulistana. Simone constata que, apesar da limpeza espacial e social da cidade, a população não recebe passivamente as diretrizes oficiais, mas realiza suas próprias experiências, constrói seus modos de existência e reelabora espaços, tudo isso à margem dos objetivos do poder público. São sujeitos ativos, verdadeiros protagonistas que recriam suas próprias vidas.
Características | |
Autor | SIMONE LUCENA CORDEIRO |
Biografia | "Isto aqui parece algo como Machu Picchu, uma cidade perdida na selva”. Estas palavras são de Arnaldo Madeira, em 1983, então secretário da Habitação e Desenvolvimento Urbano de São Paulo, em visita ao Conjunto Habitacional Santa Etelvina, localizado na atual Cidade Tiradentes, referindo-se ao isolamento da área e à ausência de infraestrutura de transporte naquela região. Essa carência, entretanto, não se restringia apenas ao transporte, desdobrando- se para a falta de moradias, hospitais, escolas, cultura, lazer, saneamento e segurança. Situada na extremidade da zona leste paulistana, a Cidade Tiradentes surgiu como fruto de uma intervenção no espaço da cidade, que vinha sendo delineada pelo poder público, juntamente com a Cohab desde meados de 1960 e que tinha por objetivo criar moradias para o setor da população de baixa renda. Tratava-se de uma política oficial de planejamento urbano sistemático, com o objetivo de racionalizar a ocupação dos espaços da cidade, esta que passava novamente por intenso crescimento demográfico devido à forte corrente de migração interna, especialmente a nordestina. Apoiando-se em suportes teóricos e em fontes, a autora convida o leitor a apreender o sentido dos discursos e iniciativas do Estado durante o regime militar, cuja política interpretava a integração nacional sob o prisma do desenvolvimento econômico e técnico aliado ao capital internacional, estabelecendo uma íntima relação com a necessidade de apoiar o projeto industrial de São Paulo. Esta política não pode ser vista senão acoplada ao forte empenho de exclusão, protagonizado pela elite paulistana. Simone constata que, apesar da limpeza espacial e social da cidade, a população não recebe passivamente as diretrizes oficiais, mas realiza suas próprias experiências, constrói seus modos de existência e reelabora espaços, tudo isso à margem dos objetivos do poder público. São sujeitos ativos, verdadeiros protagonistas que recriam suas próprias vidas. |
Comprimento | 20 |
Edição | 1 |
Editora | ALAMEDA |
ISBN | 9788579391859 |
Largura | 17 |
Páginas | 224 |